Economia indiana poderia crescer mais se a corrupção fosse contida

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A maior parte dos empresários elege o sector imobiliário como o mais corrupto Parivartan Sharma/Reuters

Cerca de dois terços das empresas que responderam a um inquérito sobre subornos e corrupção na Índia concordaram que, em grande parte dos casos, a corrupção tem origem no sector privado e o sector imobiliário foi apontado como o mais corrupto.

O estudo, levado a cabo pela consultora KPMG, teve em conta as respostas dadas por cem firmas líder indianas ou multi-nacionais a trabalhar com o país, e revela que a maior parte dos empresários (32 por cento) elege o sector imobiliário como o mais corrupto do país, imediatamente seguido pelas telecomunicações.

A maior parte dos empresários afirma também acreditar que a economia indiana pode conseguir uma taxa mais alta de crescimento se a corrupção for contida, no entanto, a esperança de que diminua não parece ser grande, já que mais de 50 por cento dos participantes no estudo prevê que os níveis de corrupção no país se mantenham iguais nos próximos dois ou três anos.

O relatório da KPMG é publicado numa altura em que o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, enfrenta acusações de corrupção na sequência dos escândalos em que o seu Governo tem estado envolvido. Um desses escândalos, relacionado com o sector das telecomunicações, custou ao tesouro público perto de 40 mil milhões de dólares.

“Hoje a Índia enfrenta um tipo diferente de desafio”, diz o relatório que explica que o principal problema do país já não se confina aos “pequenos” subornos, mas antes se reporta a operações ilegais que envolvem somas exorbitantes de dinheiro.

O economista Surjit S. Bhalla explica, em termos simples, que a origem da corrupção está no facto de as pessoas não quererem pagar impostos e conclui que, teoricamente, o problema é de fácil resolução: reduzir os impostos para níveis “razoáveis”. “Se não há bambu, não podes ter um flauta”, escreve Bhalla no prefácio do relatório. O economista alerta também para a importância de realizar um outro estudo que defina limites aos que promovem a corrupção.

Embora reconheça que o caminho para uma sociedade menos corrupta tem de ser feito com vários passos, na sua conclusão, o relatório recomenda, como passo essencial a assinatura do plano anti-corrupção do G20 pelo Governo indiano.

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