Dez anos depois do tsunami no Índico, jovem reencontra a família

Então com quatro anos, Raudhatul Jannah foi dada como morta. Desde 2004 que vivia com uma família de pescadores.

Raudhatul Jannah e a mãe
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Raudhatul Jannah e a mãe CHAIDEER MAHYUDDIN/AFP
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Jamaliah mostra uma das últimas fotos que tinha da filha antes do tsunami
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Jamaliah mostra uma das últimas fotos que tinha da filha antes do tsunami CHAIDEER MAHYUDDIN/AFP

Em 2004, um dos maiores tsunamis registados no Oceano Índico devastou grande parte das zonas costeiras de 12 países. A Indonésia foi um dos fortemente afectados, nomeadamente a sua província de Aceh, na ilha de Sumatra, onde dezenas de milhares de pessoas morreram e tantas outras foram dadas como desaparecidas.

Raudhatul Jannah tinha quatro anos quando ocorreu a tragédia a 26 de Dezembro de 2004. Foi dada como desaparecida e depois como morta. Quase dez anos depois, os pais receberam informações sobre uma adolescente de 14 anos. A sua filha tinha sido encontrada.

Jamaliah, 42 anos, e o marido Septi Rangkuti, 52, sobreviveram ao tsunami, mas os seus dois filhos foram arrastados pela força das águas que invadiram centenas de metros de terra em Aceh e destruíram a sua casa. Raudhatul Jannah, na altura com quatro anos, e o irmão Arif Pratama Rangkuti, de sete, nunca mais foram vistos.

Apesar das operações que se sucederam à tragédia para encontrar desaparecidos e reunir as famílias separadas pelo tsunami, Jamaliah e o marido não conseguiram descobrir onde estariam os dois filhos. Após várias tentativas de busca pelas crianças, foi dito ao casal que provavelmente estas estavam entre as 170 mil vítimas mortais na Indonésia.

Em Junho deste ano, quase dez anos depois do tsunami, um irmão de Jamaliah disse que viu uma rapariga numa aldeia vizinha que era demasiado parecida com a sobrinha. O homem perguntou na zona se alguém conhecia a adolescente e foi-lhe dito que esta era uma das sobreviventes do tsunami de 2004. Tinha sido encontrada em Banyak, uma ilha remota a cerca de 40 quilómetros a sudoeste de Aceh, onde foi salva por um pescador que a trouxe de volta à província. A mãe do pescador cuidou da então criança até aos dias de hoje e chamou-lhe Wenni.

Entusiasmados com a hipótese da rapariga ser a sua filha, o casal visitou-a. Raudhatul Jannah estava viva e tinha 14 anos. “Deus deu-nos um milagre”, desabafou Jamaliah aos jornalistas na última quarta-feira.

“Eu e o meu marido estamos muito felizes”, continuou, em declarações à AFP. “Abracei-a e ela fez o mesmo e ela sentiu-se tão confortável nos meus braços”, descreveu a mulher. Raudhatul Jannah disse também estar “muito feliz” por estar de novo junto dos pais.

A jovem contou aos pais que o irmão terá também sobrevivido, já que também esteve com ele na ilha de Banyak, mas não foi adoptado pela família que recebeu Raudhatul Jannah, por não ter capacidade económica para cuidar de duas crianças.

“Vamos procurá-lo na ilha, porque acreditamos que ele ainda está vivo”, assegurou Jamaliah, que indicou que já foi pedida ajuda às autoridades para encontrar o seu filho.

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