Crimeia, uma absorção demasiado rápida

Hoje, em Bruxelas, o Conselho Europeu tem pela frente uma difícil tarefa: a de pesar e decidir sanções a Moscovo e medidas que atenuem a sua própria dependência energética da Rússia. O problema é que essa dependência é elevada (a UE paga 3,5 mil milhões de euros todos os meses à Gazprom russa) e não se atenua de um dia para o outro, ao contrário da russificação da Crimeia: ao mesmo tempo que soldados ucranianos eram obrigados a deixar as bases militares sob controlo russo, estavam já anunciados manuais escolares russos até final do mês para as escolas e um aumento das pensões de reforma para o nível das praticadas na Rússia. Tudo rápido, tudo sem oposição que rompa o silêncio, tudo de forma a tornar impossível um retrocesso. É certo que há retaliações económicas e outras, tais como obrigatoriedade de vistos, mas a velocidade da absorção da Crimeia pela Rússia obriga o mundo a ter de viver com ela. Resta saber a que preço.

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