Cinzas do vulcão Calbuco chegam a Buenos Aires

Enquanto no Chile se avaliam os estragos, vários voos foram cancelados no principal aeroporto da capital da Argentina, devido à aproximação da nuvem de fumo vinda do vulcão.

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No Chile mantém-se o “estado de excepção constitucional” Carlos Gutierrez/Reuters

A previsível chegada das cinzas do vulcão Calbuco a Buenos Aires, a 1400 quilómetros da “zona de catástrofe” decretada pelo Governo chileno, já obrigou ao cancelamento de vários voos com destino ao aeroporto internacional de Ezeiza. No Chile mantém-se o estado de alerta e também a ordem de retirada dos habitantes num raio de 20 quilómetros à volta do vulcão, que registou duas erupções entre quarta e quinta-feira, pela primeira vez em 43 anos.

Citado pela agência Reuters, um porta-voz da Administração Nacional da Aeronáutica Civil da Argentina disse que a decisão de cancelamento dos voos internacionais com destino à capital do país é de carácter “preventivo”, uma vez que há o risco de estes aviões “não poderem descolar mais tarde, após a aterragem”.

No Chile mantém-se o “estado de excepção constitucional” na província de Llanquihue, a cerca de 1000 quilómetros a Sul da capital do país, e a ordem de evacuação da zona num raio de 20 quilómetros. Apesar de o vulcão apresentar uma actividade eruptiva decrescente, o perigo de uma nova erupção mantém-se.

Num comunicado publicado na noite de quinta-feira, as autoridades chilenas indicaram que 4443 pessoas foram retiradas da “zona de catástrofe”, a maioria da vila de Enseada, situada a 15 quilómetros do vulcão Calbuco.

Está previsto para esta sexta-feira que pequenos grupos de habitantes da vila chilena, devidamente acompanhados pelas equipas de emergência, possam aceder às suas casas entre as 11h e as 16h, para recolherem alguns bens e avaliarem os estragos causados pelas cinzas do vulcão.

A Presidente do Chile, Michelle Bachelet, esteve na região na quinta-feira, e reuniu-se com as equipas de emergência para se inteirar do plano de evacuação e de limpeza dos acessos.

O Serviço Nacional de Geologia e Minérios do Chile já veio alertar que a actividade do vulcão pode “prolongar-se durante várias semanas”, uma vez que o processo ainda se encontra na primeira fase, segundo o jornal chileno La Tercera. A última grande erupção do Calbuco, em 1961, durou cerca de seis semanas.

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