CDU e SPD na primeira de muitas reuniões para negociar coligação de Governo

Questões europeias são as primeiras da lista de assuntos a discutir num mês de negociação intensa.

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As negociações envolvem 75 membros dos dois partidos John MacDougall/AFP

Sociais-democratas e democratas-cristãos tiveram nesta quarta-feira o primeiro encontro formal para negociar a coligação do próximo Governo alemão. A imprensa destacava a curta duração da reunião: apenas 90 minutos. Segundo o diário Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ), os responsáveis definiram um calendário para a discussão. As questões europeias são as primeiras da lista: esta é a área em que as diferenças entre os dois partidos foram consideradas menores.

Sabe-se, de resto, que estão agendados oito encontros em Novembro, prevendo que no final do mês haja um acordo, segundo o diário Die Welt. Os partidos teriam então duas semanas para apresentar o acordo de coligação aos seus membros – o SPD, com uma liderança em xeque, optou por anunciar um referendo interno ao acordo – e a votação parlamentar para a chanceler seria feita na última sessão do Bundestag do ano, antes do Natal.

 


 


As negociações entre os dois partidos vão decorrer com um grupo alargado de 75 delegados dos partidos (as anteriores negociações, em 2005, decorreram com 55 responsáveis, nota o FAZ), enquanto 12 grupos de trabalho se dedicam a questões que necessitam de mais detalhe, como assuntos europeus, finanças e orçamento e energia, por exemplo. A distribuição das pastas ministeriais ficará para o fim das conversações. A imprensa notava pequenos sinais: o FAZ dizia que até tinha sido usada a mesma empresa de catering (e não duas separadas, como em 2005).

Em pano de fundo das negociações, a revista Der Spiegel deu conta de um plano da chanceler para aproveitar o seu período de força excepcional e propor mudanças nos tratados da UE. Merkel pretenderia dar mais poder a Bruxelas sobre os orçamentos dos Estados-membros, dívida pública, planos para aumento de competitividade e reformas sociais. Um plano ambicioso de uma chanceler criticada, lembra a Spiegel, por não ter uma visão.
 
 

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