Capriles desmarca manifestação e pede aos apoiantes para não sairem à rua

O líder da oposição disse saber que o Governo iria infiltrar pessoas no protesto.

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Capriles voltou a pedir a recontagem dos votos Tomás Bravo/Reuters

Henrique Capriles, candidato derrotado nas presidenciais da Venezuela no domingo e líder da oposição, pediu na terça-feira aos apoiantes para deixarem as ruas e desmarcou a manifestação desta quarta-feira em Caracas depois da morte de sete pessoas registada na sequência de confrontos que ocorreram após a proclamação de Nicolás Maduro como Presidente.

A decisão de suspender os protestos e manifestações deve-se ao facto de terem sido detectados homens do regime infiltrados entre os apoiantes, disse o representante da Unidade Democrática. A função destes infiltrados seria a de provocar distúrbios.

"Advertiram-me para o facto de o Governo ter começado a infiltrar pessoas na mobilização convocada e, por isso, a manifestação de amanhã [desta quarta-feira] não se realiza".

Capriles pediu também ao Governo que abra o diálogo de forma a resolver a crise que a Venezuela atravessa e voltou a pedir a recontagem dos votos das eleições de domingo, ganhas por Nicolás Maduro (o herdeiro de Hugo Chávez) por uma escassa margem de 230 mil votos. Capriles não reconheceu os resultados.

"Só peço a recontagem dos votos", insistiu Capriles que, numa conferência de imprensa com jornalistas internacionais, mostrou provas das irregularidades, já denunciadas no dia 14. Disse que houve mais de 3200 irregularidades, entre elas máquinas de votação avariadas, mortos que votaram, coerção ao voto.

"Este é o momento da inteligência e da razão", disse Capriles. "Não podemos perder o rumo. Mas, ao mesmo tempo, disse que está disposto a "radicalizar a revolução".

 

 
 

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