Um morto em explosão junto ao consulado italiano no Cairo

Bomba fez ainda dez feridos. Ataque reivindicado pelo Estado Islâmico.

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Edifício do consulado italiano no Cairo, Egipto REUTERS/Mohamed Abd El Ghany
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Parte do edifício ficou destruída AFP PHOTO / MOHAMED EL-SHAHED

Um atentado à bomba junto ao consulado italiano no Cairo este sábado fez um morto e dez feridos. A explosão aconteceu por volta das 6h30 (5h30 em Lisboa), numa altura em que os serviços se encontravam fechados. Um alto responsável da segurança indicou à a agência noticiosa egípcia Mena que, de acordo com os elementos preliminares da investigação, um engenho explosivo terá sido depositado debaixo de uma viatura estacionada perto do edifício, tendo sido activada à distância. O ataque foi reivindicado pelo Estado Islâmico.

À agência AFP, o porta-voz do Ministério da Saúde egípcio, Hossam Abdel Ghaffar, não confirmou, no entanto, se as vítimas são civis ou elementos da polícia. Fontes médicas avançaram à agência francesa que dois polícias que se encontrariam em frente ao edifício do consulado e três civis teriam sido atingidos pela explosão. 

O ministro italiano dos Negócios Estrangeiros, Paolo Gentiloni, já reagiu ao ataque: “A itália não se deixa intimidar", escreveu na sua conta do Twitter, revelando que nenhuma das vítimas é de nacionalidade italiana.

Desde que o exército destituiu o Presidente Mohamed Morsi, em 2013, os ataques jihadistas têm-se multiplicado no Egipto, visando sobretudo as forças de ordem. São reivindicados por grupos que dizem agir contra a repressão aos apoiantes de Morsi. Um grupo aliado do autoproclamado Estado Islâmico lançou no início de Julho uma violenta vaga de ataques a posições do Exército e da polícia egípcia no Norte do Sinai.

Há duas semanas, o procurador-geral, Hisham Barakat, foi assassinado na explosão de um carro armadilhado. O atentado foi reivindicado por um grupo desconhecido, supostamente ligado ao Estado Islâmico que, em Maio, apelou ao assassínio de juízes. Hisham Barakat foi nomeado Procurador-Geral em Julho de 2013 por Adly Mansour, o Presidente interino que governou o Egipto após a deposição de Mohamed Morsi. Bakarat liderou, desde essa altura, o polémico julgamento dos membros da Irmandade Muçulmana, declarada “organização terrorista” nesse mesmo ano. Milhares de pessoas ligadas a este grupo radical foram condenadas a cumprir penas de prisão perpétua e outras, ainda, à pena de morte. Entre os condenados à morte está Morsi.

Em Maio deste ano, as milícias radicais egípcias afectas ao autodenominado Estado Islâmico tinham incitado os seus partidários e os opositores ao actual Presidente, Abdel Fattah al-Sisi, a atacar os juízes e os políticos do país, como resposta às sentenças decretadas contra jihadistas. Desde 2013, centenas de polícias e soldados já foram feridos e mortos.

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