Antigo líder da NATO pede a Obama que envie "equipamento não letal" para a Ucrânia

O general Wesley Clark, que liderou os bombardeamentos da NATO no Kosovo, chama a atenção para a debilidade das forças ucranianas e pede à Casa Branca que autorize o envio de material de defesa, comunicações e combustível.

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Os EUA enviaram 300.000 rações de combate para as forças ucranianas Marko Djurica/Reuters

As Forças Armadas ucranianas estão extremamente debilitadas e precisam de apoio urgente para fazer frente a uma possível ofensiva da Rússia, afirmam dois antigos responsáveis norte-americanos da NATO e do Pentágono.

Num relatório enviado à Casa Branca e ao Congresso, o general Wesley Clark, antigo comandante supremo da NATO na Europa, e Phillip Karber, ex-conselheiro na Administração Reagan, apelam às autoridades norte-americanas que enviem "equipamento não letal" para a Ucrânia, como coletes à prova de bala, óculos de visão nocturna e combustível para os caças da Força Aérea ucraniana.

No documento – a que o jornal The New York Times teve acesso –, os dois antigos responsáveis relatam as impressões que recolheram no terreno, durante uma visita à Ucrânia entre finais de Março e inícios de Abril.

"A frente de 1500 quilómetros é três vezes maior do que aquilo para que as modestas forças armadas ucranianas estão preparadas", afirmam Wesley Clark e Phillip Karber, numa referência à extensão das forças russas dispostas ao longo da fronteira, que a NATO estima em 40.000 soldados.

"Para além disso, uma década de corrupção deixou a Força Aérea mal equipada, vulnerável e mal preparada para os combates aéreos modernos. A ocupação russa da Crimeia também destruiu a defesa costeira a partir do Sul", avança o documento.

Mas a Administração Obama tem mantido uma estratégia mais conservadora neste aspecto – até agora, a única ajuda enviada para a Ucrânia consistiu em 300.000 rações de combate para as forças ucranianas.

O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, disse apenas que os EUA "não estão a discutir o envio de assistência letal" para a Ucrânia, e reafirmou que o Governo americano não tem "nenhuma nova informação sobre o tipo de assistência que está em cima da mesa".

Wesley Clark, o general que liderou os bombardeamentos da NATO no Kosovo, em 1999, chama a atenção para a falta de equipamento de defesa e de comunicação e de combustível nas forças ucranianas. A falta de combustível, por exemplo, faz com que Kiev evite enviar os seus helicópteros em missões de controlo e reconhecimento na fronteira com a Rússia, para evitar uma falha total na eventualidade de uma ofensiva de Moscovo.

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