Após a turbulência da cimeira europeia de 28-29 de Junho, o Presidente francês e a chanceler alemã juntaram-se este domingo para comemorar 50 anos de uma relação especial que pôs fim a três guerras ferozes em menos de um século, duas delas mundiais.

François Hollande e Angela Merkel, todos sorrisos e linguagem corporal a denotar bom entendimento, juntaram-se em Reims, longe da tensão da cimeira em que Hollande apoiou as reivindicações italianas e espanholas, para festejar os 50 anos do pacto de reconciliação franco-alemã.

“A nossa amizade inspira a Europa. Não queremos dar lições. Queremos simplesmente dar o exemplo”, disse Hollande.

“A Europa é bem mais do que uma moeda, e a relação franco-alemã é neste aspecto incontornável. Marcou de forma muito forte a unificação europeia, e fê-la progredir”, disse Merkel. “Mas não é uma relação exclusiva, convida quem quiser a associar-se-lhe”. Estas palavras da chanceler aludem à actuação de Hollande na última cimeira da UE, quando o abandonou a tradicional posição comum com a Alemanha para se colocar do lado das reivindicações de Itália e Espanha.

O pacto de amizade franco-alemão foi selado originalmente a 8 de Julho de 1962 entre o chanceler alemão Konrad Adenauer,o primeiro governante da República Federal Alemã do pós-guerra, e o Presidente Charles De Gaulle naquela catedral. Reims, ocupada pelos prussianos no século XIX, devastada pelos bombardeamentos na I Guerra Mundial e local onde os nazis se renderam na II Guerra, tem um forte carácter simbólico.