Líder do cartel mais violento do México foi capturado

Z-40, líder dos Zetas, o grupo criminoso mais sanguinário do México, foi detido sem que tivesse sido disparado um único tiro.

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Captura de Treviño Morales é mais um golpe para os Zetas Yuri CORTEZ/AFP
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Bernardo Montoya/Reuters

Miguel Ángel Treviño Morales, conhecido como Z-40, líder do cartel dos Zetas, o grupo de narcotráfico mais sanguinário do México, foi capturado na segunda-feira pela Marinha de Guerra, sem que um único tiro tivesse sido disparado - anunciou um porta-voz do ministério do Interior.

A detenção ocorreu em Nuevo Laredo, em Tamaulipas, estado que faz fronteira com os Estados Unidos. É um golpe severo para o cartel, cujo anterior líder, Heriberto Lazcano, foi morto em Outubro de 2012.

Treviño Morales, 40 anos, viajava num veículo todo-o-terreno interceptado por um helicóptero. Na operação foram também detidas duas outras pessoas e apreendidos dois milhões de dólares em dinheiro (mais de 1,5 milhões de euros) e oito armas.

Z-40, também conhecido - segundo o jornal espanhol El País - como La Mona ou El Muerto, é acusado, entre outros crimes, do assassínio de 265 migrantes em San Francisco, Tamaulipas.

O Departamento de Estado norte-americano oferecia, segundo a AFP, cinco milhões de dólares (mais de 3,8 milhões de euros) por informações que levassem à sua captura. O Governo mexicano prometia 2,3 milhões (mais de 1,7 milhões de euros).

Nuevo Laredo, onde Z-40 nasceu e foi agora detido, é um bastião do cartel dos Zetas, um grupo criado no fim dos anos 1990 por desertores  de um corpo de elite do Exército mexicano que formaram a guarda pessoal do chefe do cartel do Golfo, Osiel Cárdenas Guillén, preso em 2003 e extraditado para os Estados Unidos.

Os Zetas romperam com os seus antigos chefes do cartel do Golfo por volta de 2010, dando origem a uma luta sangrenta no nordeste do México, de que saíram vencedores. Entraram depois em confronto com o cartel de Sinaloa, dirigido por Joaquín el Chapo Guzmán, disputando-lhe o controlo do tráfico de droga na fronteira com os Estados Unidos. Em 2011, o próprio grupo entrou em guerras internas. Investigadores citados pelo El País quantificam em 14 o número de chefes mortos nessa fase.

O agora capturado líder é um dos poucos chefes sem passado militar. Pertence a uma família de 13 irmãos, dos quais, segundo as autoridades, pelo menos seis estão envolvidos no crime organizado.

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