A vereadora do PS Carla Miranda defendeu esta terça-feira a atribuição de medalhas de Honra, as mais importantes da cidade do Porto, a Pinto da Costa, presidente do FC Porto, e a António Barros, empresário, presidente da Associação Empresarial de Portugal e personalidade que durante 18 anos liderou a Associação Amigos do Coliseu.

Rui Moreira lembrou que José António Barros já foi agraciado pelo município, mas Carla Miranda insistiu: “É de uma medalha de honra que estou a falar, como a medalha máxima pelos serviços prestados à cidade", vincou, insistindo “não perceber” por que é ambas as personalidades não tiveram ainda direito a essa distinção, quando outras, apenas por algum evento ou contributo momentâneo, a recebem, insistiu, numa referência clara à atribuição, no início do ano, de uma medalha, a de mérito, ao coleccionador de arte Sindika Dokolo.

"António Barros foi presidente da Associação Empresarial de Portugal e foi durante 18 anos presidente da Associação de Amigos do Coliseu do Porto. Acho que lhe devíamos esse favor [a atribuição da medalha]. Vou continuar a fazer estas sugestões para ambos", notou Carla Miranda que não se opôs aos medalhados deste ano, mas voltou a causar algum mal-estar, num tema que em Fevereiro tinha exposto a sua relação complicada com o primeiro vereador do seu partido, Manuel Pizarro, e com a maioria que o PS integra. Este chegou a ponderar retirar-lhe a confiança política depois das críticas à medalha oferecida ao marido de Isabel dos Santos pela exposição de arte contemporânea que este realizou no Porto.

Já em 2014, na reunião camarária de 17 de Junho, a vereadora do PS tinha criticado o facto de o presidente do FC Porto não ter sido incluído na lista de personalidades que viriam a receber medalhas da cidade. Esta terça-feira, Carla Miranda admitiu que as suas sugestões não agradem ao executivo de que faz parte, embora sem pelouros, mas deixou claro também que continuará a fazê-las enquanto ocupar este cargo.

Na sequência desta intervenção da socialista, tanto o social-democrata Amorim Pereira com o vereador da CDU Pedro Carvalho reivindicaram que os nomes dos homenageados "deviam ser consensualizados" entre todos os partidos antes de chegarem à reunião de Câmara, para evitar algum voto contra. Carvalho lembrou que a CDU já se opôs a três nomes, noutros anos, e argumentou que este tipo de distinção deveria merecer a unanimidade da vereação.  Com Lusa