Rui Moreira elogia “extrema lealdade” do PS na coligação da câmara

O autarca independente e o novo líder da concelhia socialista portuense, Tiago Barbosa Ribeiro, estiveram reunidos, mas ambos garantem que ninguém falou sobre um novo entendimento politico para 2017

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira enalteceu ontem a “extrema lealdade” com que está a decorrer a coligação com o PS, que garante a governabilidade do executivo, e salientou que o entendimento político com os socialistas é para vigorar até ao final do mandato.

O independente Rui Moreira e o líder da concelhia do PS-Porto, Tiago Barbosa Ribeiro, eleito há pouco mais de uma semana para o cargo até agora ocupado pelo vereador do PS, Manuel Pizarro, estiveram reunidos, mas de fora da conversa ficou uma eventual renovação da coligação em 2017.

“Ainda não falámos sobre isso, ainda temos muito tempo. Para já, está tudo a correr muito bem e era esse o sinal que queríamos dar”, declarou Rui Moreira aos jornalistas no final da reunião que serviu para Tiago Barbosa Ribeiro apresentar cumprimentos ao presidente da Câmara do Porto, que é seu amigo de “há longa data”, como fez questão de vincar o autarca.

Rui Moreira manifestou-se extremente satisfeito com a forma como “as coisas têm funcionado” e vincou que a troca de cumprimento pretendeu mostrar “um reforço do sentimento de cooperação mútua que sempre existiu desde o primeiro dia” em que foi assinado, com o então líder da concelhia, um acordo pós-eleitoral.

Questionado pelos jornalistas sobre uma eventual reedição da coligação nas próximas eleições autárquicas, reafirmou que há um tempo para tudo. "Depois todos nós vamos ter de decidir as nossas vidas, Todos: o PS, eu, o meu movimento [de cidadãos] … Tudo isso é muito cedo”.

“A reunião foi muito importante, porque permitiu trocar impressões sobre a continuidade que ambos pretendemos relativamente a uma coligação que está a correr bem e que tem funcionado com extrema lealdade”, sublinhou o presidente da câmara, afirmando que o encontro permitiu uma troca de impressões sobre várias questões que estão actualmente na agenda.

O encontro representou o primeiro acto público de Tiago Barbosa Ribeiro depois das eleições de 14 de Março. O líder concelhio foi questionado pelo facto de ter solicitado uma reunião quando as eleições para o órgão concelhio foram consideradas “sem efeito” pela Comissão Federativa de Jurisdição (CFJ), na sequência de uma impugnação feita por uma militante da secção de Paranhos.

O sucessor de Manuel Pizarro na concelhia, que ontem mesmo recorreu para a Comissão Nacional de Jurisdição (CNJ), explicou que podia ter ocupado o lugar sem que tivessem sido convocadas eleições, tendo, por isso, a garantia de ser “o presidente da concelhia da concelhia do Porto em quaisquer circunstâncias”, mas disse que preferia salientar a “garantia de estabilidade e de lealdade no trabalho que está a ser desenvolvido” na autarquia com o acordo dos socialistas.

Relativamente à impugnação das eleições intercalares na concelhia, revelou que vai aguardar “com serenidade” pela decisão da CJN, mas mostrou estranheza pelo facto de “vinte minutos depois de as urnas terem fechado ter sido apresentado um pedido de impugnação com 13 páginas”.

"Enquanto presidente da concelhia, a única garantia que tenho é que, independentemente do que possa ser decidido pelo Conselho de Jurisdição Nacional, sou o presidente da concelhia do Porto em qualquer circunstância", frisou. "Já era o presidente da concelhia, disponibilizei-me para ir a votos democraticamente. Nesse cenário, a alternativa a não haver eleições no Porto, é eu ser presidente da concelhia",

O parecer da Comissão Federativa de Jurisdição do PS declarou "sem efeito" a eleição do presidente da estrutura socialista do concelho, determinando a repetição das eleições intercalares neste órgão. 

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