Protóiro entrega organização de corrida de Viana de 2014 a movimento de aficcionados da cidade

Federação das Associações Taurinas já tinha realizado a tourada de domingo com o apoio dos Vianenses pela Liberdade

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A corrida deste ano decorreu na margem sul do Lima, em Darque Paulo Pimenta

A Prótoiro anunciou hoje que a tourada de agosto em Viana do Castelo será organizada a partir de 2014 pelo movimento Vianenses pela Liberdade, depois de ter assumido essa responsabilidade nos últimos dois anos.

Em comunicado enviado esta segunda-feira à agência Lusa, no dia seguinte à realização da segunda corrida de touros em cinco anos em Viana do Castelo, a Federação das Associações taurinas Prótoiro recorda que a presença na cidade, em 2012 e 2013, resultou de uma parceria com o movimento de cidadãos “Vianenses pela Liberdade” e que o concelho voltará a receber a tourada nas festas d’Agonia do próximo ano.

“A organização será levada a cabo pelo movimento de cidadãos Vianenses pela Liberdade, garante a Prótoiro.

Este movimento foi criado em 2009, depois de a câmara ter aprovado, por proposta da maioria socialista, a declaração afirmando Viana como cidade “anti-touradas”, prevendo não autorizar qualquer evento deste género em terrenos públicos ou privados desde que tal dependesse de decisão do município.

“Já tínhamos tentado organizar uma tourada em 2011, até arranjamos terreno para isso, mas depois não foi possível devido a problemas logísticos. Em 2012 fomos nós que chamámos a Prótoiro a Viana do Castelo”, assegurou à Lusa, há dias, o porta-voz do movimento Vianenses pela Liberdade, José Carlos Durães.

Para contrariar a decisão da câmara, a Prótoiro realizou em agosto de 2012 uma tourada no concelho, a primeira depois da aprovação desta declaração municipal, corrida que se repetiu este domingo e à qual assistiram, segundo a organização, mais de 2550 espectadores, além de 200 entradas grátis para menores de 18 anos.

“Tivemos uma casa cheia, foi um sucesso tremendo. Da nossa parte o trabalho está feito e demonstrámos nestes últimos dois anos que o presidente da câmara José Maria Costa não tem qualquer poder para impedir a realização de um espetáculo legal e para o ano será a mesma coisa”, afirmou à Lusa o dirigente da Prótoiro Diogo Monteiro, no final desta corrida marcada pelos incidentes à porta com manifestantes.

A câmara tinha alegado falta de condições de segurança, nomeadamente acessos de emergência, para indeferir, por duas vezes, a instalação, em terrenos privados na freguesia de Darque, desta arena amovível para 3300 pessoas.

Tal como em 2012, a tourada deste domingo aconteceu porque o Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga aceitou uma providência cautelar apresentada pela Prótoiro, para suspender o primeiro indeferimento municipal. O mesmo tribunal recusou na sexta-feira uma outra providência cautelar, interposta pela câmara, que alegava dificuldades de acessibilidade ao local provocadas pela realização desta tourada, nomeadamente em caso de emergência, por condicionar o socorro a mais de 200 habitações.

O autarca José Maria Costa afirmou sempre que a sua realização era uma “provocação” ao concelho, o qual, disse, “não tem tradição” de touradas, além de não se identificar com a “violação” dos direitos dos animais.
 
 

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