Os “melhores dias da vida” estão a acabar com o Cortejo da Queima

Milhares de estudantes da maior academia do país desfilaram nesta terça-feira pelo centro da cidade do Porto.

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Tempos houve quem escrevesse que “foram os melhores tempos, foram os piores tempos”, mas para os finalistas da Universidade do Porto que nesta terça-feira cruzaram a tribuna no cortejo da Queima das Fitas só a primeira parte se aplica.

Milhares de estudantes da maior academia do país desfilaram pelo centro da cidade do Porto, começando, pelas 15h40 a entrar pelo campo dos Mártires da Pátria, quando as ruas já estavam rodeadas de inúmeras pessoas que esperavam pelo passar dos carros das múltiplas faculdades.

Maria Gaia está a terminar Medicina no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar e tem uma certeza, pelo menos, acerca do futuro: a de que no próximo ano vai estar no ano comum num hospital que gostava que fosse no Porto.

Quando a Lusa lhe pergunta como pensa que vai recordar o percurso que a trouxe até aqui, Maria Gaia é clara: “Vou olhar com muito carinho, foram os melhores anos da minha vida. Vou olhar sempre com pena de certeza, mas vou saber sempre que vou levar comigo tudo o que aprendi nestes seis anos, todos os amigos que fiz que são para a vida e vou com alegria”.

“Carinho” é uma palavra que Joana Silva, finalista de Engenharia Física, também menciona quando a questão é colocada: “Espero lembrar para sempre a semana em que me tornei realmente uma ‘cartolada’ e finalista. É um dia muito feliz”.

A tarde de sol no Porto traduzia-se em muita gente espalhada pela relva da Cordoaria (“Isto sim é vida”, ouvia-se uma finalista de Farmácia dizer ao passar por uma zona repleta de turistas estendidos), onde as bebidas mais populares eram as garrafas de litro de cerveja e os diversos tipos de vinho do verde branco ao maduro tinto.

Enquanto passava o carro da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), o único onde a Lusa assistiu a crowdsurfing, com inscrições como “aumentar as propinas é Feyo”, em referência ao reitor Sebastião Feyo de Azevedo, um grupo manejava um grelhador peculiar.

Sérgio Moreira, finalista de Engenharia Mecânica, explicou à Lusa tratar-se de um grelhador feito com peças que encontraram e soldaram nas oficinas da FEUP.

Questionado sobre se os professores estariam orgulhosos do trabalho que ali exibiam, Sérgio Moreira respondeu afirmativamente: “Mecânica, soldadura, térmica, está aqui tudo implícito. Os nossos professores iam ter orgulho em nós e se estiver para aí algum ainda vai comer uma febra connosco.”

Entretanto, com Letras chega Pedro Pinto, finalista de Geografia diversas vezes interpelado - até mesmo beijado - durante a entrevista com a Lusa, a quem é perguntado como perspectiva o futuro depois do fim do curso: "Prefiro não pensar nisso. É tentar sobreviver neste país em que estamos, que não é o mais risonho se calhar".

A pergunta de pensar no futuro quase não faz sentido neste contexto de presente e Pedro Pinto responde com essa ideia em mente: "Tento aproveitar todos os momentos para me distrair dos momentos mais difíceis que podem estar para vir".

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