No Planetário de Espinho, será possível sair da Terra e passear pelo sistema solar

Centro Multimeios da cidade recebe sistemas de projecção digital de alta resolução em que as imagens envolvem o espectador.

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Tudo decorre no planetário de Espinho Paulo RIcca

Os tempos mudaram. O cinema já não é em película e os planetários começam a abandonar o sistema analógico. O Centro Multimeios de Espinho dá nesta sexta-feira um passo de gigante na sua história ao inaugurar novos sistemas de projecção digital de alta resolução no planetário e no cinema.

Mudanças que alteram a forma de trabalho naquele espaço, que tornam possível o moderno conceito que interliga entretenimento, divertimento e conhecimento. Mudanças que permitem aproximar a distância e fazer a ponte entre ciência e público com imagens quase em tempo real do que acontece pelo mundo. O secretário de Estado do Ensino Superior, José Ferreira Gomes, estará presente na inauguração e assistirá à apresentação e demonstração dos sistemas que mudarão o modo de funcionamento e a maneira de absorver a realidade. 

A cúpula do Planetário de Espinho terá imagens em movimento, em alta resolução, e o espectador será totalmente envolvido pelo o que acontece, graças a uma projecção a 360 graus. “É uma novidade no Planetário. Com a imagem em movimento a 360 graus, o espectador perde as referências físicas e é imediatamente transportado para a acção”, adianta António Pedrosa, director do Planetário de Espinho. Os pés saem da Terra e há novos mundos por descobrir. “Será possível observar o céu como o vemos da Terra, passear pelo sistema solar, ver a superfície da Lua ou de Marte, espreitar como é a nossa galáxia vista de fora”, adianta. Também será possível acompanhar o movimento de um planeta e ir ao encontro de um cometa ou sonda espacial.

A Astronomia continuará a ter lugar de destaque, mas outras áreas científicas ganharão terreno. Há já conteúdos de Biologia no programa, possibilitando, por exemplo, a observação do mundo dos fungos, das bactérias, dos seres vivos, em diferentes escalas, mas sempre numa perspectiva de viagem. É precisamente isso que o Multimeios proporcionará: viagens permanentes como experiências imersivas. O Planetário transformar-se-á numa espécie de nave para levar o espectador por vários mundos. O cinema do Multimeios terá também um sistema de projecção digital de alta resolução, a 2D e 3D. O que significa que alargará o leque de oferta na programação regular e receberá novas actividades com conteúdos científicos, educativos e artísticos. 

As alterações não surgem por acaso. “Queremos oferecer coisas de alta qualidade, aumentar o número de visitantes e melhorar o grau de satisfação de quem nos visita que assim pode ver conteúdos diferentes, actuais, e que, de alguma forma, consigam surpreender”, refere António Pedrosa.

O projecto representou um investimento de 758 mil euros, comparticipados a 60 por cento por fundos comunitários, sendo o restante suportado por uma empresa sueca, parceira do multimeios espinhense. O presidente da Câmara de Espinho, Pinto Moreira, está satisfeito com o projecto inovador que coloca o multimeios na linha da frente da tecnologia. “É o sistema adequado e que permite ao centro multimeios dar um salto qualitativo, com o que de melhor se faz no mundo. Abre-se uma janela de oportunidade não só para diversificar e ampliar a sua oferta, mas mais importante, do ponto de vista científico e tecnológico, permite-lhe entrar em determinados mercados, de alguma forma promovendo o seu produto”, refere. As mudanças, na opinião do autarca, fazem todo o sentido. “Estamos a viver a era do digital, o sistema analógico está completamente ultrapassado, datado no tempo. A câmara, em parceria com a entidade gestora do multimeios, apresentou uma candidatura a fundos comunitários para substituir o sistema analógico pela vanguarda tecnológica”, remata.

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