Na praia urbana do Torel, em Lisboa, a época balnear abre na sexta-feira

"A prova de que faz falta foi o número de pessoas que tivemos o ano passado", diz o presidente da Junta de Freguesia de Santo António, lembrando que pelo jardim perto do Campo dos Mártires da Pátria passaram 80 mil pessoas.

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Na semana passada já houve quem ali chegasse de toalha na mão a perguntar onde era a praia. Esta estará aberta de sexta até 31 de Agosto PATRÍCIA MARTINS

Depois de ter recebido 80 mil pessoas no Verão passado, a “praia urbana” do Jardim do Torel, em Lisboa, está de volta. A partir de sexta-feira, o lago existente no jardim bem perto do Campo dos Mártires da Pátria volta a transformar-se numa piscina e o terreno fronteiro enche-se mais uma vez de areia e de chapéus de sol.

“O ano passado abrimos a caixa de Pandora. Este ano basicamente é o mesmo, porque como correu bem o ano passado não vale a pena inventar muito”, diz a coordenadora das áreas de Cultura e Dinamização do Espaço Público da Junta de Freguesia de Santo António. Filipa Veiga conta que a semana passada já houve quem ali chegasse de toalha na mão, a perguntar onde era a praia, e esclarece que os mais ansiosos terão mesmo que esperar pelo final da semana para poderem refrescar-se na água doce e tranquila do Jardim do Torel.    

Esta segunda-feira ao fim da manhã, eram vários os funcionários da junta de freguesia que trabalhavam no local, para garantir que tudo estará pronto às 10h de sexta-feira. O lago ainda estava vazio, embora a rampa que a ele dá acesso estivesse já montada, e da areia que vai ocupar o terreiro fronteiro não havia ainda sinal. Antes de isso acontecer, há-que montar o deck, com uma área de 360 m2, onde essa “areia de rio” será depositada e no qual serão distribuídos 40 chapéus-de-sol.   

Além de ir a banhos (sob a vigilância de dois nadadores salvadores) e de apanhar sol no areal, os veraneantes que decidirem fazer praia no centro de Lisboa poderão comer um gelado ou uma bola de berlim, sentar-se na esplanada (explorada por um comerciante local) a beber qualquer coisa ou participar numa das actividades previstas para o local: escalada (aos sábados e domingos entre as 18h e as 20h), aulas de ginástica em grupo (aos sábados às 18h) ou sessões de cinema ao ar livre (aos sábados às 21h30), este ano com filmes dos anos 80. Uma novidade deste ano será a instalação no local de uma banca de uma editora, na qual será possível levantar livros para ler e devolver ao final do dia.   

No patamar acima do da “praia urbana”, o jardim propriamente dito permanece inalterado e acessível a todos os que o queiram visitar, seja em busca de “sossego” ou mesmo de um sítio para “fazer um pic-nic”. “Aqui temos o melhor de dois mundos: jardim e praia num só”, resume Filipa Veiga, explicando que aquilo que a junta pretende não é substituir-se a outras ofertas (como a das praias da Costa de Caparica ou da linha de Cascais), mas sim “dar mais uma opção”. Por exemplo, diz, aos pais que vão buscar os filhos a outras actividades às 17h30 e ainda querem aproveitar algumas horas de sol antes de ir para casa.

O presidente da Junta de Freguesia de Santo António corrobora essa ideia e acrescenta que esta iniciativa foi também pensada para aqueles que não costumam sair da freguesia nas férias e para aqueles que vivem em Lisboa e procuram uma alternativa que lhes permita não gastar muito dinheiro ou tempo em deslocações. Com orgulho, Vasco Morgado conta que em 2014, naquele que foi o seu ano de estreia, aquela que se apresenta como “a primeira praia urbana de Lisboa” foi destino de “excursões de Montemor, do Porto e de Castelo Branco”.

Segundo a estimativa do autarca social-democrata, a montagem e funcionamento desta praia, que estará aberta até ao dia 31 de Agosto entre as 10h e as 20h, custará qualquer coisa como oito mil euros. A maior parte desse valor, sublinha, será suportada por patrocínios, cabendo à junta de freguesia suportar cerca de três mil euros relativos ao pagamento do policiamento gratificado.

Para aqueles que criticam esta sua iniciativa, Vasco Morgado tem uma resposta: “a prova de que faz falta foi o número de pessoas que tivemos o ano passado”.    

Praia em Belém só com patrocínios
A criação de uma “praia urbana” no Terreiro das Missas, junto à Estação Fluvial de Belém, foi anunciada para este Verão, mas ainda não é certo que saia do papel. A Junta de Freguesia de Belém está à procura de patrocínios que lhe permitam concretizar esta iniciativa.

Em declarações à Lusa, Fernando Ribeiro Rosa explicou que em Junho chegou uma proposta de patrocínio à junta lisboeta, acrescentando no entanto que ela acabou por não ser formalizada. “Eu não desisto. O projecto da praia não está inviabilizado. Temos algumas propostas interessantes, mas agora só ver para crer”, disse ainda o autarca social-democrata, cuja ambição é realizar esta iniciativa sem utilizar recursos públicos.

Como o PÚBLICO noticiou em Maio, a ideia de Ribeiro Rosa é instalar no Terreiro das Missas, junto à Estação Fluvial de Belém, “uma caixa de areia em forma de meia-lua”, com “repuxos” para as pessoas se refrescarem, “mesas e cadeiras” e “espreguiçadeiras de várias cores”. 

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