Incêndio em Matosinhos destruiu empresa onde trabalhavam 100 pessoas

O incêndio desta segunda-feira à noite na zona industrial de São Mamede de Infesta destruiu uma empresa. Não se conhece o destino dos seus 100 trabalhadores. A PJ está a investigar dois casos de incêndio em Matosinhos.

Foi por volta das 22h desta segunda-feira que um incêndio de grandes proporções deflagrou na zona industrial de São Mamede de Infesta, no concelho de Matosinhos. As instalações de uma empresa de transportes, que ocupavam uma área de cerca de 40 mil metros quadrado, ficaram completamente destruídas, afirma Gilberto Gonçalves, comandante dos Bombeiros Voluntários de São Mamede de Infesta. Depois de circunscrito de madrugada, o incêndio foi dominado esta terça-feira de manhã.

A estrutura das instalações da empresa colapsou. Durante o dia, o trabalho dos bombeiros esteve centrado na remoção dos destroços com a ajuda de duas máquinas. Lurdes Queirós, vereadora da Protecção Civil da Câmara de Matosinhos, assume que as operações de rescaldo ainda suscitaram alguma preocupação durante o dia, devido aos materiais que se encontravam no local. “Um monte de algodão continua em combustão, mas as equipas estão a proceder à limpeza”, referiu a autarca a meio do dia.

Ainda não é possível antever o que vai suceder aos 100 trabalhadores da empresa, pertencente a uma multinacional de serviços de logística. Segundo a vereadora, depois de a Polícia Judiciária (PJ) terminar as suas investigações, deverá ser possível "accionar os seguros”.

Na noite de segunda-feira, o fogo ganhou grandes dimensões, em grande parte devido aos materiais altamente inflamáveis existentes no interior do edifício, como pneus, borrachas e papéis. As dezenas de curiosos que se deslocram até à zona industrial e que justificaram um alargamento do perímetro de segurança estabelecido pelas autoridades testemunharam ainda algumas explosões.

Tal como adianta o comandante Gilberto Gonçalves foi esse perímetro de segurança que, além de garantir a segurança dos transeuntes, permitiu rapidez e eficácia no trabalho das 16 corporações de bombeiros, apoiados por 68 viaturas e 163 operacionais, que ali estiveram. Desde Leixões a Leça do Balio, várias corporações dos concelhos do Grande Porto estiveram no teatro das operações. As dificuldades prenderam-se essencialmente com as altas temperaturas deste incêndio de grandes proporções.

A possibilidade de as chamas alastrarem a outros imóveis da zona industrial com materiais igualmente inflamáveis, depressa se tornou uma preocupação dos bombeiros. O fogo chegou mesmo a atingir uma zona florestal, contígua a algumas habitações. No entanto, não há registo de mais danos materiais além da instalações da empresa em causa.

Dois bombeiros tiveram de receber assistência médica, um com um pequeno ferimento numa mão e o outro que teve uma indisposição.

Ainda não é possível adiantar as causas do incêndio, mas a Polícia Judiciária encontrava-se no terreno a efectuar perícias, enquanto as operações de rescaldo prosseguiam.

Também na segunda-feira, um outro incêndio foi registado em Matosinhos, numa fábrica de rolhas de cortiça, na Rua Brito e Cunha. Aquando do alerta de fogo, a Protecção Civil não conseguiu identificar as instalações, o que levantou a hipótese de a mesma não estar licenciada. “Ninguém sabia da existência da fábrica”, afirma a vereadora. Posteriormente foi confirmaso que a empresa estava em situação ilegal, num edifício antes ocupado por uma discoteca.

Deste incêndio resultaram cinco feridos, assistidos no local e depois transportados para o hospital. Um ferido grave foi para o Hospital São João, no Porto, com queimaduras de 2º e 3º grau, tendo sido entubada e ventilada ainda no local do sinistro. Os restantes foram encaminhados para o Hospital Santo António, no Porto, e para o Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos.

A vereadora Lurdes Queirós afirmou ao PÚBLICO que a autarquia está a averiguar todas as situações que envolvam esta fábrica e o seu funcionamento naquele local.

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