Perturbações nos barcos da Transtejo durante dois meses. A culpa é do OE

Durante dois meses, na hora de ponta matinal, vai haver menos barcos a atravessar o Tejo entre o Barreiro e o Terreiro do Paço, em Lisboa. O maior impacto será sentido na ligação das 8h10.

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Empresa vai fazer manutenções que têm sido adiadas Rui Gaudêncio

A partir de 3 de Novembro e até ao final do ano, os passageiros da Transtejo terão mais dificuldade em atravessar o rio na hora de ponta matinal, entre o Barreiro e o Terreiro do Paço. A culpa, diz a empresa, é do Orçamento do Estado.

A empresa, responsável pelas ligações fluviais entre Lisboa e a Margem Sul, anunciou nesta quinta-feira a possibilidade de ocorrerem perturbações no cumprimento de horários naquela ligação, nos dias úteis, entre as 7h20 e as 9h. Em causa estão, segundo um comunicado do Grupo Transtejo, “motivos de ordem técnica” relacionados com a “diminuição do nível de disponibilidade da frota”.

Segundo a nota, esta situação deve-se ao “adiamento de acções de manutenção planeada, que se devem a constrangimentos orçamentais inerentes ao OE [Orçamento de Estado] 2014”. Fonte oficial do grupo diz que as acções previstas para adjudicação em 2014, ainda não comprometidas, são relativas a dois navios, e dizem respeito a operações de docagem exigidas pelas autoridades e à manutenção das máquinas principais.

Habitualmente, a empresa tem sete navios para fazer a ligação Barreiro-Terreiro do Paço no período de ponta da manhã. A partir de 3 de Novembro e "por um período não superior a 60 dias", serão seis. Ao PÚBLICO, a empresa adianta que o maior impacto será sentido na ligação das 8h10. "Contudo,o período de perturbações é de grande frequência horária (5 a 10 minutos de intervalo), pelo que a perturbação será diluída imediatamente nas carreiras seguintes", acrescenta.

A empresa promete reforçar a ligação “sempre que possível” com outro navio da frota do grupo, de menor capacidade, e diz que “tudo fará” para “minimizar os incómodos” dos passageiros. Mas pede-lhes “compreensão perante a inevitabilidade da situação”.

Os trabalhadores da Solflusa (empresa do Grupo Transtejo) criticam a falta de manutenção da frota. Em declarações à Lusa, Frederico Pereira, da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), disse que caso a empresa mantenha a intenção de utilizar outros barcos do grupo, os trabalhadores avançam para um plenário no próprio dia, seguindo-se greves de duas horas por dia.

 

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