Câmara de Oeiras contesta redução de comboios na Linha de Cascais

Paulo Vistas avisa que a decisão da CP vai levar a um aumento do número de carros a circular no concelho.

Foto
Câmara de Oeiras acusa CP de utilizar critérios "economicistas"

O presidente da Câmara de Oeiras, Paulo Vistas, acusou nesta segunda-feira a CP de utilizar “critérios economicistas” e de “esquecer por completo” o serviço público ao reduzir o número de comboios em circulação na Linha de Cascais.

Desde este domingo, a  Linha de Cascais passou a ter menos 51 comboios e novos horários de circulação. Como o PÚBLICO noticiou na quarta-feira passada, a CP eliminou grande parte dos rápidos (os que faziam o trajecto Cais do Sodré - Oeiras entre as 10h e as 17h) e implementou um horário em que predominam os comboios que param em todas as estações e apeadeiros.

“Esta medida é contraditória à política que preconizamos de promoção da utilização dos transportes colectivos”, comenta Paulo Vistas, eleito pelo movimento Isaltino Oeiras Mais à Frente. Para o autarca, a decisão “unilateral” da CP “contribuirá para prejudicar substancialmente a população que reside em Oeiras”, bem como os que se deslocam diariamente para trabalhar naquele concelho, onde escasseiam os transportes colectivos.

“Temos por certo o aumento da circulação de viaturas privadas com todas as implicações económicas e ambientais que tal acarreta”, avisa Vistas. Segundo um inquérito encomendado pela autarquia em 2006/2007, todos os dias entram cerca de 220 mil veículos ligeiros no concelho. “Se o número de viaturas que circulava no concelho era alto, esta medida da CP, a nosso ver, piorará a situação”, considera.

“Gostaria de perguntar à CP quais os critérios subjacentes à definição de prestação dos seus serviços”, questiona Paulo Vistas em comunicado, lamentando que a câmara tenha tomado conhecimento da decisão da transportadora apenas pela comunicação social. “Não recebemos qualquer informação oficial sobre o assunto, não fomos consultados para a tomada de decisão, não tivemos acesso a qualquer estudo que justificasse esta decisão por parte daquela entidade.”

Também o presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, criticou a redução do número de comboios e pediu uma reunião com a administração da CP e com a secretaria de Estado dos Transportes, marcada para esta terça-feira. Uma reacção "tardia", na opinião do PS Cascais.

Sugerir correcção
Comentar