Cães selvagens na Serra da Arrábida preocupam moradores e autarquia

Alguns moradores da Serra da Arrábida estão preocupados com a proliferação de matilhas de cães selvagens na zona e acusam associações de defesa dos animais de contribuírem para o aumento de animais ao lhes darem alimentos.

“Há um problema muito grave aqui na Arrábida. Está absolutamente fora de controlo. Seguramente que há aqui mais de cem cães espalhados, de diferentes matilhas. É um problema grave de saúde pública porque estes cães são um predador que está no topo da pirâmide alimentar e dizimam toda a fauna local”, disse à agência Lusa o presidente do Clube da Arrábida, Pedro Vieira.

Este morador adiantou que os cães começaram a surgir há cerca de dez anos por ser um “núcleo muito pequeno” de animais abandonados, mas hoje em dia são cães nascidos na serra com “comportamentos de lobos”, dado que se cresceram em ambiente selvagem, sem contacto humano. “Para agravar a situação, há associações de defesa dos animais que os vêm alimentar diariamente. Em vez de resolverem a questão ainda os aumentam, pois vão-se reproduzindo”, disse.

Pedro Vieira acrescentou que, até ao momento, não há registos de ataques a humanos, mas em Maio uma das matilhas atacou numa quinta, tendo morto e comido sete porcos. Segundo a presidente da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira, apesar de a autarquia não ter as “condições necessárias para apanhar uma grande quantidade de cães”, desde Junho conseguiu-se aumentar o número de recolhas na serra. “O número de cães abandonados já não é o que existia há um mês ou dois. Já foi apanhada uma série de cães, mas não é possível fazer a apanha com a velocidade de que gostaríamos”, disse.

A autarca considerou que, apesar dos apelos às instituições e pessoas para que não alimentem estes animais que se encontram em ambiente selvagem, é difícil “mudar mentalidades” e fazer perceber o perigo que o aumento das matilhas destes cães representa. A câmara nega totalmente a informação, que tem sido veiculada via e-mail por cidadãos - à Lusa chegaram dezenas de mensagens idênticas - e no Facebook, de que estaria a ser preparado um plano de abate a tiro aos cães abandonados na serra.

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