Braga quer ter um mercado coberto mas ainda não sabe como pagá-lo

Proposta vencedora do concurso de ideias para a reabilitação daquele equipamento só será viabilizada se aceder a fundos do próximo quadro comunitário de apoio.

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Já há ideias para o futuro do mercado, mas ainda não há dinheiro Paula Abreu

O renovado mercado municipal de Braga poderá ter uma praça central coberta, área de restauração e uma escola de culinária. É nestes três pilares que assenta a proposta vencedora do concurso de ideias para a reabilitação daquele equipamento, cujos resultados foram divulgados esta quarta-feira. Mas a concretização do projecto, assinado por um colectivo de jovens arquitectos, está dependente da obtenção de fundos do próximo quadro comunitário.

Na apresentação da proposta vencedora do concurso de ideias, o presidente da câmara, Ricardo Rio, enunciou os próximos passos para a concretização da reabilitação do mercado. Depois de escolhida a proposta vencedora, será necessário elaborar o programa funcional e a memória descritiva da intervenção e lançar o respectivo projecto de arquitectura, um trabalho que o autarca espera estar concluído até ao final do ano.

A intenção é poder candidatar a obra a fundos comunitários “logo em Janeiro”. A câmara de Braga terá, porém, que enquadrar a proposta, uma vez que o programa desenhado entre Portugal e Bruxelas deixa pouca margem para investimentos em regeneração urbana ou projectos de infra-estruturas.

Os vencedores do concurso de ideias foram Luís Santos, Rui Araújo e Rui Machado, três jovens arquitectos que desenharam o projecto “Praça”. A proposta defende o abate das árvores actualmente existentes na praça interior do mercado municipal, de modo a viabilizar a construção de uma cobertura, bem como a elevação da zona central do espaço, permitindo nivelar toda a área de venda.

A solução apresentada prevê ainda um alargamento da área pedonal no exterior e uma nova organização do espaço da feira que se realiza nas imediações do equipamento. Entre as ideias dos vencedores estão ainda a criação de uma área de restauração e comércio cultural, na ala exterior, bem como uma escola de culinária e uma cantina, usando produtos vendidos no mercado.

O concurso de ideias – que teve vereadores do PS e da CDU, na oposição, a partilhar o júri com o presidente da autarquia e o vereador do Urbanismo – recebeu 44 propostas. A “grande qualidade” das mesmas levou a autarquia a atribuir também três menções honrosas. Foram distinguidos os projectos da MBM Arquitectos, da Central Arquitectros e da parceria entre a Metro Urbe e a MKC. Ricardo Rio antecipa que a autarquia não deverá “cingir-se à proposta vencedora” na fase de elaboração do programa funcional, indo “beber nas soluções apresentadas pelas diferentes propostas”.

O presidente da câmara anunciou também um novo modelo de gestão do mercado municipal, a implementar durante o próximo ano, com a criação de uma estrutura exclusivamente dedicada ao equipamento, que envolva a autarquia, os vendedores, o Mercado Abastecedor de Braga e a Associação Comercial. A nova vida que a câmara de Braga quer dar ao mercado municipal implica também um alargamento do seu horário de funcionamento, um reordenamento dos espaços de venda e a criação de um programa de animação, capaz de atrair novos públicos.

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