Algarve possui 75 áreas empresariais mas não existe indústria

O turismo continua a ser a âncora da actividade económica do Algarve, onde os outros sectores têm uma expressão muito àquem do desejado.

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As indústrias transformadoras destinadas ao mercado externo aumentaram 13,6% Foto: Daniel Rocha

A criação de zonas empresariais, a par das mais de 60 rotundas que irá ter Estrada Nacional (EN) 125, depois de requalificada, passou a ser um sinal de modernismo no Algarve. A região, que regista os maiores índices de desemprego do país, soma 75 Áreas Empresariais, mas a “maioria não são mais do que lotes comerciais”. A constatação deste facto partiu do presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), David Santos, na terça-feira à noite, durante a apresentação da “marca” Área Empresarial de Loulé (AEL).

Com um investimento de 1,1 milhões de euros financiado pelo Programa Operacional do Algarve - que inclui obras de melhoria dos acessos, sinalética e um plano de comunicação e promoção - a AEL pretende assumir-se com uma zona de negócios de “referência a nível nacional". Encontra-se implantada numa área de 218 mil metros quadrados e tem instaladas 130 empresas.

A situação geográfica do espaço, junto à Via do Infante e a cerca de uma dezena de quilómetros da orla costeira, é vista como uma vantagem competitiva face à concorrência. Porém, situa-se a dois quilómetros de distância do terminal de carga da CP, na Estação de Loulé/Praia de Quarteira e vai continuar sem ligação por via férrea. A modernização do transporte ferroviário ficou fora das prioridades do Programa Operacional do Algarve e o comboio não chega a Albufeira e Loulé.

O turismo mantém-se, assim, como a actividade em torno da qual gira a economia da região. “Não temos turismo a mais, temos é os outros sectores a menos”, enfatiza o presidente da Associação Empresarial do Algarve (Nera) Vítor Neto, recordando o tempo em que o Algarve “exportava figo e amêndoa”. Actualmente, disse, “estão as prateleiras dos supermercados cheias com esses produtos, importados da Turquia”.

O presidente da Câmara de Loulé, Vítor Aleixo, por seu lado, voltou a defender a abolição de portagens na Via do Infante (VI). “Somos teimosos, não vamos desistir”, enfatizou o autarca, prometendo continuar a lutar ao lado dos que entendem que o EN 125 não é alternativa à VI, que passou também a chamar-se A22 depois de ter sido portajada.

A área empresarial de Loulé vai desenvolver uma campanha promocional com o apoio do município.

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