Professores portugueses estão entre os mais mal pagos da OCDE

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Portugal está abaixo da média da OCDE Daniel Rocha/PÚBLICO

Os professores portugueses estão entre os mais mal pagos dos países desenvolvidos, de acordo com um novo estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que evidencia também a queda do investimento público no sector educativo em Portugal.

Os alunos portugueses estão entre os que têm menos horas de aulas, revela ainda o estudo da OCDE, que mostra também que o sistema educativo português é um dos que apresenta um rácio professor/alunos menos favorável. Portugal encontra-se entre os países onde há menos professores para o número de estudantes existente, ocupando a 24ª posição com 60,6 docentes por cada mil alunos, enquanto a média da OCDE ronda os 72,9 por mil alunos.

O estudo anual da OCDE sobre o "Panorama Educativo" em 2004, divulgado hoje, refere que os professores portugueses do ensino primário estão em oitavo lugar entre os que menos recebem - 15.873 euros por ano, enquanto a média da OCDE é de 18.702.

A posição mantém-se quando são contabilizados os rendimentos dos docentes após 15 anos de experiência (22.333 euros por ano), também longe da média dos países da OCDE (25.604 euros).

A mesma tendência vigora no nível secundário, com os professores a ganhar em média 17.066 euros, abaixo da média da OCDE, que é de 19.784 euros. Esse valor cresce para 24.669 euros depois de 15 anos de experiência, ainda abaixo da média das 30 nações da organização (27.220 euros).

O estudo confirma também uma queda significativa no investimento público na educação em Portugal, em termos do Produto Interno Bruto (PIB), no período entre 1996 e 2001. Enquanto em 1996 Portugal canalizava 5,4 por cento do PIB para a educação - mais do que a média dos países da OCDE (5,3 por cento) - em 2001 verificava-se o inverso, com o Estado a dispender apenas 4,4 por cento, o que coloca Portugal na 22ª posição no ranking da OCDE e abaixo da média (5,3 por cento).

Portugal é 23º no que toca ao valor de gastos com a educação por aluno - cerca de 3596 euros na educação primária e secundária e pouco mais de 5813 no ensino superior.

No quadro geral, Portugal é 22º nos gastos educativos totais per capita, despendendo pouco mais de 4163 euros por aluno, cerca de 816 euros menos do que a média. Portugal apenas gasta mais por aluno do que a Coreia, Grécia, Hungria, República Checa, Polónia, Eslováquia e México.

O ranking é liderado pelos Estados Unidos, onde o estado despende quase 8979 euros por aluno. A seguir estão a Dinamarca e a Noruega, que gastam cerca de 7346 euros.

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