Sporting pagou 1,2 milhões para poupar 21,7 milhões em salários

“Leões” divulgaram os números da reestruturação do seu futebol. O holandês Khalid Boulahrouz recebeu a maior indemnização. Oito das 13 contratações para 2013-14 foram a custo zero.

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Boulahrouz recebeu uma indemnização de 466 mil euros José Manuel Ribeiro/Reuters

Há uma semana, Bruno de Carvalho prometeu que iria revelar todos os dados sobre a reestruturação de todo o futebol do Sporting e nesta quinta-feira a promessa foi cumprida. Na edição mais recente do jornal do clube, é apresentada uma listagem de tudo o que foi feito na formação dos plantéis das equipas A e B, entre contratações, renovações, vendas, empréstimos e rescisões de contrato, uma “arrumação da casa” com 57 operações em que o Sporting estima ter reduzido 40 por cento dos custos que estavam previstos para a época 2013-14.

Em relação aos gastos que estavam previstos de 44,7 milhões para a próxima época, números que a nova direcção apresentou em Assembleia Geral, o Sporting diz ter reduzido os custos para 26,7 milhões com esta reestruturação, o que equivale a uma poupança de 18 milhões. Para esta redução contribuiu de forma esmagadora a baixa dos salários do plantel. A saída de 25 jogadores libertou o Sporting do pagamento de 21,7 milhões em remunerações de futebolistas, sendo que, para tal, teve de pagar 1,2 milhões em indemnizações.

A maior poupança aconteceu no caso dos sete jogadores com quem o clube rescindiu contrato (11,591), pagando indemnizações a cinco deles no valor de 1,13 milhões (o Sporting também pagou 70 mil euros a André Santos, que assinou pelo Vitória de Guimarães). Entre os jogadores que receberam indemnizações, o defesa-central holandês Boulahrouz foi quem recebeu mais, embolsando uma verba de 466 mil euros, ele que tinha contrato até 2014, com mais uma época de opção.

Abaixo do holandês ficaram o médio croata Danijel Pranjic (333 mil, tinha contrato até 2015), o defesa norte-americano Oguchi Onyewu (327 mil, contrato até 2014) e Juary Soares (sete mil). Sem direito a direito a indemnização ficaram o avançado indiano Sunil Chhetri (2014) e o avançado búlgaro Bojinov (2016) - neste último caso, o Sporting despediu-o, sendo que o jogador já admitiu recorrer para a FIFA.

Destas 25 saídas, oito são relativas a atletas vendidos ou cedidos, rendendo um total de 22,3 milhões e correspondendo a uma poupança de salários de 8,3 milhões. Apenas dois foram cedidos sem contrapartidas financeiras (André Santos e Nii Plange, ambos ao Vitória de Guimarães), sendo que o Sporting ainda conseguiu transferir o francês Atila Turan para o Reims por 30 mil euros. As maiores transferências foram as de Bruma para o Galatasaray (10 milhões que podem chegar a 13) e de Ilori para o Liverpool (7,5 milhões). Todos os jogadores transferidos têm cláusulas de salvaguarda em relação a eventuais transferências para Benfica o FC Porto e apenas em relação a um dos transferidos (Schaars) o Sporting não ficou com qualquer percentagem do passe ou direito a uma mais-valia em caso de futura transferência.

Dos 13 jogadores contratados para as duas equipas, oito foram a custo zero, incluindo os dois últimos a serem apresentados, Piris e Vítor, de quem o Sporting detém apenas 50 por cento do passe. Em transferências, o Sporting gastou 3,135 milhões, sendo que o mais caro foi o avançado colombiano Fredy Montero, por quem os “leões” dispenderam 1,135 milhões por um ano de empréstimo, fixando a opção de compra em mais 1,173 milhões.

Quanto aos seis emprestados, representaram uma poupança de 1,4 milhões em salários, sendo que o Sporting não divulgou verbas recebidas por estas cedências temporárias. Quanto a renovações de contrato, foram 19 e todos ficaram com cláusulas de rescisão de 45 milhões, com a excepção de Betinho (60).

Nas mesmas páginas do jornal, o Sporting explicou ainda o negócio Yannick Djaló, cuja transferência para o Nice em 2011 abortou devido a atraso na entrega da documentação, revelando que entregou uma queixa à FIFA por o negócio não se ter realizado e reclamando uma indemnização ao clube francês de um valor superior a dois milhões de euros.

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