A cereja no topo da primeira volta

Sporting esteve a perder por 0-2 mas deu a volta ao resultado e derrotou o Sp. Braga. “Leões” mantêm rivais à distância à entrada para a segunda metade do campeonato.

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Mais um golo decisivo de Slimani PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP
Ruiz fez o cruzamento para o golo da vitória do Sporting
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Ruiz fez o cruzamento para o golo da vitória do Sporting PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP

Numa tarde em que chegaram a pairar nuvens ameaçadoras sobre Alvalade, o Sporting afastou-as com três golos que deram a vitória sobre o Sporting de Braga (3-2), contrariando a vantagem dos visitantes ao intervalo. Aquele que terá sido o teste mais complicado até ao momento na I Liga foi resolvido pelos “leões” com um coração enorme e um empurrão dos adeptos. Adrien Silva, Montero e Slimani concretizaram a reviravolta para a equipa de Jorge Jesus, colocando a cereja no topo de uma muito boa primeira volta do campeonato.

A fasquia tinha ficado elevada depois do espectáculo protagonizado pelas duas equipas, na partida dos oitavos-de-final da Taça de Portugal, que o Sp. Braga venceu (4-3) após prolongamento. Mas o encontro de Alvalade correspondeu às expectativas, com cinco golos e uma reviravolta heróica. Num jogo emocionante e frenético, os visitantes deixaram as bancadas atordoadas quando chegaram ao intervalo a vencer por 0-2. Mas a equipa de Jorge Jesus partiu para cima do adversário e consumou a recuperação no marcador ao minuto 90. Chame-se-lhe sorte, estrelinha de campeão ou outra coisa qualquer – os “leões” tiveram-na, mereceram-na e mantêm-se à frente da concorrência.

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Mas, até poder celebrar, o Sporting foi levado ao limite pelo Sp. Braga. Paulo Fonseca, o primeiro a derrotar os “leões” nas provas nacionais, voltou a usar a receita. A exibição dos minhotos começou em Kritciuk, um guarda-redes que adiou enquanto pôde os golos do Sporting, e assentou em homens rápidos e perigosos no ataque, nomeadamente Rafa Silva e Wilson Eduardo. Seria o ex-“leão”, irmão de João Mário, o autor do primeiro golo (que não festejou): num ataque conduzido por Rafa, a bola sobrou para Wilson Eduardo, que rematou cruzado, fora do alcance de Rui Patrício (41’). O Sp. Braga deixou o Sporting ainda mais desconfortável quando, quatro minutos depois, Rafa fez o 0-2 após uma belíssima jogada individual.

O marcador deixava um travo a injustiça para os “leões”, que tinham beneficiado das situações mais claras de golo. João Mário (14’) e Slimani (28’) surgiram cara a cara com Kritciuk, mas viram o guarda-redes russo levar a melhor. E, aos 35’, o cabeceamento potente de Paulo Oliveira acertou no poste.

Desde Março de 2015 que o Sporting não sofria dois golos num jogo para o campeonato – a equipa então orientada por Marco Silva recebeu e venceu o Penafiel por 3-2. E Jorge Jesus mostrou, logo à entrada para a segunda parte, que o resultado era para repetir. Retirou William Carvalho de campo para lançar Gelson Martins, o que ditou que Adrien Silva e João Mário passassem a dividir funções no meio-campo.

Os “leões” entraram bem no segundo tempo, com Bryan Ruiz a obrigar Kritciuk a mais uma excelente intervenção. Na resposta, Pedro Santos testou a atenção de Rui Patrício, que correspondeu com uma boa defesa. O Sp. Braga não estava morto e ameaçava quando podia, mas as coisas começaram a complicar-se para a equipa de Paulo Fonseca aos 57’. Jorge Sousa assinalou penálti por mão de André Pinto, que cortou o cruzamento de Gelson Martins (o defesa bracarense tinha os pés fora da área, mas o árbitro considerou que a mão estaria dentro), e Adrien Silva reduziu a diferença.

Aumentou o cerco do Sporting à área bracarense e as oportunidades foram-se sucedendo. Slimani cabeceou para fora (65’) e Gelson Martins deu trabalho a Kritciuk (71’), antes de Montero restabelecer a igualdade: um remate de Jefferson acertou no colombiano, que, com a defesa adversária descompensada, aproveitou para fazer o 2-2.

Alvalade estava em polvorosa e explodiu aos 90’, com o golo de Slimani que deu a vitória. O argelino marcou o 13.º no campeonato, após cruzamento primoroso de Bryan Ruiz. Jogadores, equipa técnica e dirigentes uniram-se na festa com os adeptos. Bruno de Carvalho foi o último a abandonar o relvado, punho erguido, sob aplausos. Um teste muito difícil tinha sido superado com sucesso.

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