Nunca ninguém andou tão depressa num contra-relógio do Tour

O australiano Rohan Dennis venceu a etapa inaugural da Volta à França de 2015 e alcançou a média mais elevada alguma vez registada naquela prova: 55,446km/h.

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Rohan Dennis foi o mais veloz na etapa inaugural do Tour de 2015 ERIC FEFERBERG/AFP

Estava um calor abrasador, mas isso não impediu o ciclista australiano Rohan Dennis (BMC) de vencer ontem o contra-relógio individual corrido na cidade holandesa de Utrecht, que marcou o arranque da mais importante prova de ciclismo do mundo. E venceu-o de forma impressionante, estabelecendo a média mais elevada de sempre num Tour — precisou de apenas 14m56s para percorrer 13,8kms, 55,446km/h.

Para se perceber a qualidade do desempenho de Dennis, basta dizer que o recorde da hora em bicicleta, que é obtido numa pista e, por isso mesmo, em condições ideais, que não se comparam às enfrentadas no alcatrão por Dennis, é pouco melhor do que o registo de ontem do ciclista australiano — 54,526km/h, fixado pelo britânico Bradley Wiggins.

Junto à meta, Dennis, 25 anos, esperou horas pela chegada dos 160 corredores que partiram depois de si, na expectativa de que o seu tempo fosse batido, o que não veio a suceder. “Enquanto estava na estrada, não tinha a noção de que ia tão depressa. Tinha na cabeça fazer 16 minutos, que era o que tinha feito nos treinos e depois, acabei por fazer um minuto menos”, explicou no final o australiano, medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Londres (integrou a equipa de perseguição do seu país). Dennis bateu a marca do britânico Chris Boardman, que possuia a melhor média horária do Tour, fixada num contra-relógio disputado em Lille, em 1994 (55,152km/h em 7,2km).

No que diz respeito aos quatro favoritos ao triunfo final, o vencedor do ano passado, Vincenzo Nibali, também venceu os seus mais directos adversários. O italiano foi o 22.º da etapa, gastando mais 43 segundos do que o vencedor e ganhou sete segundos ao britânico Chris Froome, 15 ao espanhol Alberto Contador e 18 ao colombiano Nairo Quintana. Este último, pode, contudo, estar satisfeito com o pouco tempo perdido para os rivais numa especialidade (contra-relógio) que não é a sua (trepador).

Hoje, regressam as bonificações, ausentes desde 2007, no final da plana segunda etapa, que liga Utrecht e Zélande, no total de 166kms.

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