Maratona de Boston ganha por um norte-americano 31 anos depois

Desde 1983, com Greg Meyer, que não ganhava um atleta norte-americano.

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Brian Snyder/Reuters

Um ano após os infaustos episódios bombistas, a maratona de Boston, a mais antiga que se disputa no mundo, voltou nesta segunda-feira à normalidade na sua 118.ª edição, como sempre disputada no Patriot’s Day da Nova Inglaterra, ou seja, na terceira segunda-feira de Abril. Milhares e milhares de pessoas estiveram nas ruas, num bom dia de Primavera, mostrando que o atentado de 2013 não demoveu os americanos de festejarem uma das principais competições atléticas.

Normalidade, portanto? Melhor será dizer quase normalidade, dado que no espectacular percurso entre Hopkinton e Boston, nessa longa descida para o mar, o domínio africano foi um pouco menos intenso do que se esperava e, sobretudo, ganhou um norte-americano no sector masculino. Já no lado feminino, a queniana Rita Jeptoo bateu o recorde do percurso.

A vitória de Mebrahtom Keflezighi, nos homens, terminou um jejum dos anfitriões nesta corrida, que datava da edição de 1983. E este homem, nascido na Eritreia, não seria sequer de entre os americanos o mais cotado para um eventual triunfo, aos quase 39 anos de idade. No entanto, confirmou que é um atleta das grandes ocasiões. Foi medalha de prata nos Jogos Olímpicos de 2004 e, quando já ninguém esperava, venceu a maratona de Nova Iorque em 2009, então com um máximo pessoal de 2h09m15s. E também já foi recordista americano dos 10.000m.

Nesta segunda-feira, esteve sempre na frente da prova: aos 15km, na companhia de Josphat Boit, seguia com 10 segundos de vantagem sobre os imediatos, e desde os 25km ficou claramente isolado. A recuperação final do queniano Wilson Chebet ainda gerou algum suspense, mas Keflezighi aguentou a primeira posição por dez segundos, com o melhor tempo da sua carreira, de 2h08m38s. O terceiro também foi queniano, Frankline Chepkwony, com 2h08m50s, e no quarto posto surgiu o ucraniano Vitaliy Shafar, com 2h09m38s, um raro recorde pessoal abaixo de 2h10m para um europeu, nos tempos que correm.

No lado feminino, Shalane Flanagam fez acreditar numa dobradinha americana, pois seguiu na frente até aos 33km, embora acompanhada. Mas daí em diante emergiu a veterana de 33 anos Rita Jeptoo, queniana que, em 2013, cumpriu em Boston a segunda vitória antes de ir ganhar no Outono a maratona de Chicago, com um máximo pessoal de 2h19m57s.

Entre os 35km e os 40km, Jeptoo fez a légua mais rápida da prova, com 15m44, e aí tudo decidiu, terminando depois com aquela que seria a quinta marca mundial de sempre (2h18m57s), se o percurso tivesse condições para homologação estrita dos resultados, o que não acontece devido ao desnível entre a partida e a chegada. No segundo lugar surgiu a etíope Buzunesh Deba (2h19m59s), que bateu a barreira das 2h20m, seguindo-se a compatriota Mare Dibaba (2h20m35s) e uma segunda queniana, Jemima Sumgong (2h20m41s). Shalane Flanagan aguentou o sétimo lugar com 2h22m02s, obtendo igualmente o seu melhor resultado de sempre.     

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