Liga apresenta lucro de 2,8 milhões de euros

Primeiro ano de exercício do organismo, com Pedro Proença ao leme, teve um saldo positivo. Gestão do anterior presidente sob suspeita.

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rcl Ricardo Castelo/NFACTOS

As contas do primeiro ano de exercício da direcção de Pedro Proença, com um saldo positivo de 2,8 milhões de euros, foram aprovadas nesta sexta-feira, por maioria dos clubes presentes na Assembleia Geral da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP). O presidente do organismo salientou que se abre "um novo ciclo de sustentabilidade na Liga".

O ponto 3 do relatório, que dizia respeito às contas, foi aprovado com 35 votos a favor, seis contra e quatro abstenções. Já o ponto 4, em que se prevê um lucro de 2,1 milhões de euros na próxima época, teve 38 votos a favor, sete contra e nenhuma abstenção.

"Esta é uma vitória, não do presidente, mas sim da direcção da Liga, que é comungada por um regime parlamentar e não presidencialista e, portanto, os clubes validaram as contas do exercício passado. Aprovaram, também, o plano de actividades e o orçamento da presente época. Saímos todos muito satisfeitos. A Liga sai reforçada, verdadeiramente. Fecha uma página menos positiva e estamos num ciclo novo, de comunhão, em que as pessoas e os clubes estão realmente envolvidos nesta mudança, neste novo paradigma", frisou o dirigente.

Pedro Proença referiu ainda que as grandes apostas do organismo passarão agora pelas áreas da tecnologia, marketing e comunicação. "A Liga vai fazer um claro investimento. Depois de um primeiro ano que validámos com o ano da sustentabilidade, é chegado o momento de passarmos ao segundo ano, o da consolidação. A direcção da Liga propôs um orçamento superavitário de 2,1 milhões de euros. Estamos no desenvolvimento e na criação de condições ao nível da consolidação, mas, fundamentalmente, a trabalhar com os clubes e para os clubes", acrescentou.

Pinto da Costa e Antero Henrique, em representação do FC Porto, foram dois dos dirigentes que marcaram presença na sede da Liga. O presidente dos "dragões" chegou acompanhado do antigo administrador da SAD, que deixou o cargo no início de Setembro, no âmbito da assembleia geral para aprovar o lucro do primeiro ano de mandato de Pedro Proença.

Pinto da Costa foi o único presidente dos três "grandes" a marcar presença na Assembleia. Benfica e Sporting foram representados por Paulo Gonçalves e Rui Mascarenhas, respectivamente. Nacional, Marítimo, Vitória de Setúbal, da I Liga, e Portimonense, da II Liga, não se fizeram representar.

Mário Figueiredo tem 30 dias para se explicar

Os clubes decidiram ainda, por unanimidade, dar 30 dias à anterior Comissão Executiva, liderada por Mário Figueiredo, para explicar verbas que poderão representar danos para o organismo.

Mário Costa, presidente da AG da Liga, esclareceu que os representantes dos clubes, após análise do relatório apresentado pela Deloitte, levantaram dúvidas sobre valores de viagens e comissões pagas pelo anterior Executivo.

"Os clubes analisaram os prós e os contras desse documento, discutiram várias alternativas que podiam ser tomadas, tendo em conta alguns actos praticados, e antes de tomar qualquer medida judicial contra o Dr. Mário Figueiredo, decidiram, por unanimidade, enviar uma carta para todos os elementos da Comissão Executiva da altura para que eles pudessem pronunciar-se sobre as conclusões do relatório”, explicou Mário Costa.

Neste sentido, Mário Costa acrescentou que “vai ser dado um prazo de 30 dias” para os anteriores dirigentes responderem.

“No final desse prazo, e mediante o contraditório que poderá ser feito, irá ser convocada uma nova Assembleia Geral para que se possam tomar decisões em relação a esse assunto", clarificou o presidente da AG.

Mário Costa explicou ainda as questões levantadas sobre a gestão de Mário Figueiredo, referindo, de forma geral, os pontos que suscitaram dúvidas.

"O relatório mostrou que haviam algumas verbas, viagens e comissões que foram cobradas à Liga na altura da presidência do Dr. Mário Figueiredo. Mas como não foi conclusivo se havia dano ou não para a Liga, antes de se tomar qualquer providência, decidiu-se questionar sobre o teor do relatório. Em função dessas explicações, a Liga irá tomar uma decisão em Assembleia Geral", concluiu.

Na reunião foi ainda aprovado o modelo de distribuição das verbas da UEFA relativas à época passada, com os clubes que não participaram nas competições europeias a receberem 128 mil euros cada.

 

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