Jogadores emprestados proibidos de defrontar clube de origem

Esta foi uma das decisões tomadas na Assembleia Geral da Liga de clubes, nesta sexta-feira.

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Tozé, do Estoril, no jogo com o FC Porto

Era um foco de polémica que ciclicamente saltava para cima da mesa e nesta sexta-feira a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) procurou atenuá-la de forma substancial. Em sede de Assembleia Geral, que decorreu em Santa Maria da Feira, os clubes das competições profissionais decidiram que, já a partir da próxima temporada, os jogadores emprestados serão proibidos de defrontar as formações de origem.

Há mais de uma década, mais concretamente no arranque da época 2004-05, a Liga decidia precisamente em sentido contrário, permitindo que os atletas cedidos pudessem jogar contra os clubes que os emprestavam. Mas o reiterado debate em torno das razões por detrás da utilização (ou não) desses futebolistas deixou sempre uma nuvem de fumo no ar.

Na temporada passada, o “fantasma” dos empréstimos pairou, por exemplo, sobre os jogos entre Belenenses e Benfica, face à não utilização pelos “azuis” do avançado Rui Fonte — e já antes, na primeira volta, de Miguel Rosa e Deyverson, que tinham saído da Luz para o Restelo, mas já sem vínculo aos “encarnados”. No encontro Estoril-FC Porto, o cenário foi o inverso: um golo do médio Tozé, formado nos “dragões” e cujo passe é partilhado pelos dois clubes, contribuiu para o empate (2-2) e provocou reacções de desagrado entre os portistas. E noutra partida dos “dragões”, com o Nacional, na 26.ª jornada, foi o médio Tiago Rodrigues a falhar a convocatória.

Foi justamente para pôr fim às suspeições que a LPFP decidiu intervir, passando a estar em linha com o que é prática antiga já noutros campeonatos europeus. E ao impedimento de os atletas cedidos medirem forças com o clube de origem juntou uma outra obrigação: o cumprimento de um limite máximo de três jogadores emprestados a um emblema do mesmo escalão.

Numa assembleia que não contou apenas com os representantes do Trofense e do Beira-Mar, foi aprovada também regulamentação referente aos relvados dos clubes profissionais. Em concreto, ficou estabelecido que, até ao início da temporada 2017-18, todos os estádios deverão contar com relva natural. No caso, a medida afectará somente o Boavista, o único representante das I e II Ligas que dispõe de um piso sintético.

De novo o sorteio dos árbitros
Enquanto o Benfica e o FC Porto se fizeram representar pelos presidentes, Luís Filipe Vieira e Pinto da Costa, respectivamente, já o Sporting marcou presença através de Bruno Mascarenhas, que levou uma proposta de peso para discussão: a possibilidade de retomar o sorteio dos árbitros.

A intenção dos “leões”, que está em linha com o discurso crítico que o seu presidente, Bruno de Carvalho, tem assumido nos últimos meses, visa pôr fim ao actual sistema de nomeações, realizado através das decisões do Conselho de Arbitragem e em particular do seu líder, Vítor Pereira. O principal dirigente do Sporting chegou mesmo a acusar o Benfica de ter “um reforço de peso”, numa referência directa às nomeações para os jogos.

Dado o volume da agenda de trabalhos, a proposta apresentada pelo clube de Alvalade está ainda a ser discutida, estando em cima da mesa a possibilidade de ser adiada a votação do tema para uma próxima reunião do organismo, a decorrer, em princípio, a 29 de Junho.

Menos dois clubes na II Liga
Definido ficou já o formato que a II Liga adoptará a partir de 2016-17, altura em que a competição passará a contar com 22 clubes em vez dos actuais 24. Na prática, esta decisão levará a que, na próxima temporada, sejam cinco as equipas a descer de escalão, mantendo-se a equação de três emblemas a subirem directamente do Campeonato Nacional de Seniores.

Aprovada foi ainda a intenção do União da Madeira de, neste regresso ao palco principal do futebol português, defrontar os três “grandes” nos estádios dos Barreiros ou na Choupana, recintos de Marítimo e Nacional. Para os restantes encontros, os insulares vão continuar a utilizar, à imagem do que fizeram na II Liga, o Centro Desportivo da Madeira, na Ribeira Brava.

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