Chefe de missão optimista com a “sua” canoagem e outras modalidades

Para José Garcia, são bastante diversificadas as possibilidades de Portugal conquistar medalhas nos Jogos do Rio de Janeiro.

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José Garcia, antigo canoísta, é o chefe da missão portuguesa David Martins

À frente de uma das maiores comitivas de sempre de Portugal em Jogos Olímpicos, 92 atletas em 16 modalidades, José Garcia está confiante nas possibilidades da “sua” canoagem (ele é um antigo canoísta olímpico) e conseguir uma ou mais medalhas, com o K1 de Fernando Pimenta, o K4 ou mesmo Hélder Sílva, em C1-200. O atletismo está bem motivado pelos últimos resultados no recente Europeu, e dois dos representantes individuais (Luciana Diniz no equestre e Rui Bragança no taekwondo) podem surpreender. O judo, diz José Garcia, também pode ter posições de destaque no Rio e, acrescenta, não apenas através de Telma Monteiro. Esta comitiva tem grandes possibilidades de ultrapassar a única medalha conquistada há quatro anos.

Atletismo

Temos de falar da Patrícia Mamona e do Nélson Évora no triplo-salto, embora também haja alguma expectativa na marcha feminina. Os resultados nos últimos campeonatos da Europa foram importantes, não apenas para os próprios atletas, mas, também, para os colegas do atletismo e de outras modalidades.

Badminton

Nem o Pedro Martins, nem a Telma Santos estão integrados num dos três níveis. O objectivo deles será ter uma boa participação. [Sobre esta poder ser a última participação olímpica de Telma Santos] Os Jogos Olímpicos são uma competição especial, exigem um esforço muito grande, privam-se de algumas coisas.

Canoagem

É a minha modalidade desde que me conheço. As expectativas são grandes. O Fernando Pimenta é um atleta que está no grupo dos medalháveis, também o K4 está neste nível. O K2 não está neste nível de integração, mas também vai lá para disputar, pelo menos, um lugar na final. O Hélder Silva é um caso especial porque tem uma relação peso-potência muito forte e, se partir bem, ele vai lá para a frente. Para o José Carvalho é a primeira participação, mas, recorde-se, ele foi o primeiro a ficar de fora, tanto para Pequim como para Londres, e agora só à última é que entrou.

Ciclismo

Na prova de estrada, o Rui Costa está extremamente focado e ele já o disse. Na prova de estrada tudo pode acontecer e todos nós recordamos o que aconteceu em Atenas. Aquela medalha do Sérgio Paulinho foi logo no início dos Jogos e foi uma alegria para todos. O Nélson Oliveira está focado no contra-relógio e também temos grande esperança nesta participação. O David Rosa e o Tiago Ferreira também estão bastante motivados no BTT.

Equestre

A Luciana Diniz tem uma promessa ao avô que quer cumprir. Prometeu-lhe que iria conquistar uma medalha e está completamente focada nesse objectivo. Também temos muitas esperanças nela. Há quatro anos esteve muito perto. É uma das melhores cavaleiras do mundo. Uma senhora no meio de homens com quem podemos contar.

Futebol

Os atletas da selecção que foi à final do Europeu de sub-21 e que conseguiram a qualificação olímpica sempre foram manifestando o desejo de estar nos Jogos, mas não foi possível virem todos. Ultrapassada essa fase, pelo trabalho que têm feito, é o melhor que Portugal tem para oferecer. Temos de estar ao lado destes atletas. Na verdade, as selecções europeias sofreram um pouco com este problema, mas as equipas americanas sofreram menos e estão concentradas há mais tempo para estes Jogos, sobretudo o Brasil, que nunca chegou à medalha de ouro.

Ginástica

São três, mas podiam ter sido quatro. O Gustavo Simões teve um azar imenso.

Golfe

É uma prova difícil de prever, muitos dos melhores do ranking desistiram. O Ricardo Gouveia por certo terá uma classificação acima dos 30 primeiros, e ele tem dito em entrevistas que quer lutar por medalhas. Ele que não desista desse sonho. O Filipe Lima teve uma integração inesperada.

Judo

É das selecções mais fortes que nós temos, liderada pela Telma Monteiro, a nossa campeã. E Temos a Joana Ramos, o Jorge Fonseca, o Nuno Saraiva, o Célio, o Oleinic… Deles podemos esperar tudo. Já é mais que merecido Portugal ter mais medalhas no judo.

Natação

Apesar de ser um número mais reduzido que em Londres (oito), três dos quatro da natação pura chegaram aos Jogos com os mínimos A. Contamos com recordes nacionais e alguns apuramentos nas eliminatórias.

Taekwondo

O nosso atleta, o Rui Bragança, vai lutar por uma medalha e estou muito confiante.

Ténis

Temos dois atletas. Também há algumas ausências, o que nos permitiu ter mais um atleta, o Gastão Elias, que sabemos que irá para lutar para conquistar todos os pontos. O João Sousa está num nível mais alto.

Ténis de mesa

É uma selecção que já nos habituou a feitos excepcionais. Talvez tenhamos mais possibilidades na competição masculina por equipas.

Tiro

É uma modalidade que aprendi a admirar, acertar num alvo que não se vê à vista desarmada. O João Costa é um atleta muito cotado e pode facilmente chegar à posição de finalista e fazer uma aproximação às posições de medalha. Num dia perfeito, pode acontecer.

Triatlo

Temos três atletas que estão muito focados. Se chegarem bem colocados após a parte da bicicleta, são bons corredores e podem fazer um bom resultado. A Vanessa Fernandes também vai estar no Rio de Janeiro, mas como suplente da equipa da maratona. Nesta comitiva, vamos ter quatro medalhados olímpicos. Para além da Vanessa, o Nélson Évora e os dois da canoagem.

Vela

O Jorge Lima e o José Costa, no 49er, fizeram um bom campeonato do mundo e conseguiram a qualificação. Vamos ter o nosso mais olímpico de sempre, o João Rodrigues, que será o porta-estandarte, para além da Sara Carmo e do Gustavo Lima. Só quero é que o vento sopre forte para eles. De todos, o 49er é quem se apresenta com mais possibilidades.

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