Buscas e detenções em França por causa de resultados combinados

O futebol francês volta a ser atingido pelo escândalo de jogos manipulados.

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O Nimes está no centro da polémica dos resultados combinados PASCAL GUYOT/AFP

O escândalo dos resultados combinados chegou à casa do presidente da UEFA, Michel Platini. Nesta terça-feira, em França, e no âmbito de uma investigação relacionada com o assunto, uma dezena de pessoas foram detidas e realizadas diversas buscas, tendo como base, na sua maioria, clubes da II Divisão francesa de futebol, segundo fontes citadas pela agência de notícias AFP.

Entre os detidos encontram-se o presidente do Nimes, Jean-Marc Conrad, e do Caen, Jean-François Fortin, este último, um clube da I Divisão.

Interrogatórios e buscas foram realizados em diversas cidades francesas, nomeadamente Nimes, Angers, Caen e Dijon. As suspeitas recaem especialmente sobre o Nimes, cujo principal accionista, Serge Kasparian, está preso no âmbito de um caso de apostas ilegais.

As investigações realizadas levaram os investigadores à convicção de que houve jogos com resultados combinados na última época na II Divisão francesa, envolvendo o Nimes.

Casos de jogos com resultados comprados não são novidade em França. Talvez o mais célebre tenha sido o Marselha-Valenciennes, em 1993, e que levou a que o emblema marselhês fosse despromovido da I para a II Divisão.

O flagelo dos jogos com resultados comprados tem assumido proporções cada vez maiores e assume já uma escala mundial. Para a FIFA e a UEFA, mais do que o doping, é aquela realidade que ameaça a verdade desportiva no futebol. A nível global, as apostas desportivas estão no centro das preocupações, uma vez que se estima que as organizações criminosas branqueiem cada ano mais de 110 mil milhões de euros através deste tipo de esquemas.

"A rápida evolução do mercado global de apostas desportivas tem levado a que o risco de infiltração deste tipo de actividades por parte de organizações criminosas e de técnicas de lavagem de dinheiro aumente", estima Chris Eaton, o ex-chefe da Interpol, ex-chefe de segurança da FIFA, hoje director da integridade do desporto no âmbito do centro internacional para a segurança no desporto (HCCI), um think tank internacional independente com sede em Doha (Qatar).

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