A selecção sem derrotas chegou ao jogo que tem mesmo de vencer

Portugal e Suécia disputam troféu e alguém vai estrear-se a ganhar na final do Europeu sub-21. Selecção confiante após goleada (5-0) à Alemanha na meia-final. Rui Jorge sonha levar a equipa ao primeiro título

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“Esperamos levar a taça para Portugal”, confessou Bernardo Silva Carl Recine/Reuters

As selecções de Portugal e Suécia, adversárias na final do Campeonato da Europa sub-21 (19h45, RTP1), têm uma história comum no torneio que não se resume ao paralelismo dos respectivos percursos na presente edição – foram adversárias na fase de grupos (o jogo terminou com empate 1-1) e carimbaram a presença na final com goleadas (Portugal bateu a Alemanha por 5-0 e a Suécia afastou a Dinamarca por 4-1). O encontro de hoje significa a segunda presença na final do Europeu sub-21 para portugueses e suecos, que já tinham jogado para o título em 1994 e 1992, respectivamente. Portugal foi derrotado no prolongamento pela Itália, com um “golo de ouro” de Orlandini. Tinham sido também os italianos a frustrar a Suécia: o formato era diferente e a vitória em casa (1-0) não chegou para inverter a desvantagem que os escandinavos traziam da primeira mão (0-2).

Entre Portugal e Suécia, é mais o que os une do que aquilo que os separa. As duas equipas estão entre as que mais internacionais A já têm nos sub-21: 11 suecos representaram a selecção principal (somam 37 internacionalizações), enquanto foram oito os futebolistas portugueses a alinhar pela equipa portuguesa, num total de 26 partidas. Mas, enquanto a esmagadora maioria dos elementos da selecção sub-21 portuguesa actua em clubes nacionais (apenas sete representaram emblemas estrangeiros na época passada), foram 14 os suecos a alinhar por clubes fora da Suécia.

Esta noite, em Praga, será coroado o décimo vencedor distinto do Europeu sub-21. Na caminhada até à final, Portugal e Suécia “deixaram para trás” sete títulos (cinco da Itália e dois da Inglaterra, que completavam o Grupo B). A selecção orientada por Rui Jorge ainda derrubaria mais uma selecção campeã, ao golear a Alemanha nas meias-finais. Esse 5-0 fez pender o favoritismo para o lado português, considerou Hakan Ericson, seleccionador da Suécia: “É óbvio que são favoritos. No entanto, já os defrontámos há uma semana e empatámos 1-1”. “Mostraram ser a melhor equipa do torneio ofensivamente”, vincou.

O favoritismo português também se explica pelo percurso praticamente irrepreensível da equipa de Rui Jorge no Europeu. Começou com o pleno de vitórias na fase de qualificação (dez em dez desde a fase de grupos até ao play-off) e continuou na fase final, com duas vitórias e dois empates para chegar à partida decisiva. “A equipa tem estado a fazer as coisas como deve fazer. Está motivada. Acredito que a Suécia pense que somos uma equipa bastante forte – temo-lo demonstrado até aqui”, admitiu o seleccionador português.

Rui Jorge assumiu a responsabilidade de levar Portugal ao troféu que escapou em 1994 à equipa orientada por Nelo Vingada e que contava, entre outros, com Luís Figo, Rui Costa e João Vieira Pinto: “É, com certeza, um jogo importantíssimo para mim, enquanto treinador. É o jogo mais mediático e mais difícil de atingir. Nunca vencemos este troféu, e ser um dos dois treinadores que o vai disputar é um motivo de orgulho e uma responsabilidade também.”

Bernardo Silva, que tem sido um dos jogadores em destaque na selecção portuguesa, também falou à imprensa para dar conta da confiança que a equipa sente: “Mentalmente não poderíamos estar melhor. Estamos na final de uma competição que é importante para nós e vimos de uma vitória por 5-0 contra uma selecção que é muito forte. Se conseguirmos ganhar vai ser um feito enorme, que nunca foi alcançado pela equipa nacional. Esperamos levar a taça para Portugal”, confessou o futebolista do Mónaco. “Sem dúvida que é um dos jogos mais importantes da minha vida. É um jogo que todos sonhamos jogar, uma final de uma competição internacional, em que estamos a representar uma nação. Posso considerar o jogo mais importante da minha carreira até hoje”, admitiu.

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