Exposição norueguesa sobre tecnologia e democracia vence prémio Mariano Gago

O prémio Ecsite Mariano Gago, atribuído pela Rede Europeia de Centros e Museus de Ciência, foi para o Museu Norsk Teknisk, em Oslo, pela exposição Ting.

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A exposição Ting, no museu em Oslo DR

Uma exposição que obrigava os visitantes a participar e que mostrou a ambivalência entre a tecnologia e a democracia venceu nesta quinta-feira à noite o primeiro prémio Mariano Gago da Ecsite – Rede Europeia de Centros e Museus de Ciência, na cetagoria de criatividade. A exposição chama-se Ting e está no Museu Norsk Teknisk, em Oslo, na Noruega, revela um comunicado da rede.

A exposição é “uma experiência participativa, imersiva, que explora as ligações complexas entre a tecnologia e a democracia”, disse Rosalia Vargas, presidente da Ecsite, citada no comunicado, que anunciou o prémio no congresso anual da rede a decorrer esta semana em Trento, na Itália.    

Nesta sua primeira edição, os prémios Ecsite Mariano Gago contemplaram apenas uma categoria – a criatividade –, mas prevê-se que outras categorias surjam em futuras edições. O montante do premio é de 7500 euros, provenientes da Fundação Ernest Solvay, gerida pela Fundação Rei Balduíno (Bélgica). O prémio quer encorajar as pessoas e instituições que usam a inovação e a criatividade na divulgação científica.

A exposição norueguesa aproveitou o bicentenário da constituição do país e o centenário de vida do próprio museu, em 2014, para questionar os visitantes sobre o impacto de novas tecnologias, como as análises genéticas, as impressoras 3D ou os drones, na democracia. Durante a exibição pedia-se às pessoas para votarem sobre várias questões.

“Estamos particularmente orgulhosos deste projecto que representa a nossa filosofia: criar e integrar um modelo de exibição, juntando o melhor dos centros de ciência com o melhor dos museus tradicionais”, explicou Jan Alfred Andersson, responsável pelo Centro de Ciência de Oslo, citado num comunicado da Ecsite. “Pensamos que é importante trazer os elementos interactivos para um contexto social e histórico, tornando o museu relevante para os jovens de hoje.”

O júri deste ano é composto por Annemies Broekgaarden (Rijksmuseum, Holanda), Carlos Coelho (empresa Ivity, Portugal), Dariusz Jemielniak (Universidade Kozminski, Polónia) e Jean-Louis Kerouanton (Universidade de Nantes, França). O grupo elogiou a ambição e coragem do projecto para tornar o museu “num espaço para o discurso público e onde se advoga os valores democráticos”.

O nome do prémio é uma homenagem ao ex-ministro da Ciência e físico português Mariano Gago (que morreu em Abril passado, vítima de cancro). Mariano Gago colaborou nos últimos anos com a Ecsite. A rede representa perto de 400 museus e centros de ciência distribuídos por 50 países, anualmente visitados por cerca de 40 milhões de pessoas, diz ainda um comunicado da Ciência Viva - Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica.

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