O Dia do Trabalhador também se faz de caminhadas, música e teatro

Por todo o país, estão marcadas manifestações organizadas pela CGTP. Em Lisboa e em Faro, há peças de teatro. No Funchal, um concerto e, em Grândola, uma caminhada.

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O Dia do Trabalhador é celebrado todos os anos através de manifestações em todo o país Nuno Ferreira Santos
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Seis dias depois da Revolução dos Cravos, a população saiu à rua para celebrar o primeiro Dia do Trabalhador em liberdade. Não foi só em Lisboa e no Porto que os trabalhadores encheram avenidas para exigir melhores condições laborais e salários justos – a euforia da liberdade recém-conquistada fez-se ouvir desde o Barreiro e Riba D'Ave até Paris.

Cinquenta anos depois, o 1.º de Maio continua a ser amplamente marcado com manifestações de trabalhadores que cobrem todo o país – a CGTP-Intersindical tem agendadas 20 para esse dia. Em Lisboa, o ponto de encontro é do costume: os trabalhadores reúnem-se às 15h no Martim Moniz e fazem o caminho até à Alameda D. Afonso Henriques. No Porto, concentram-se à mesma hora, na Avenida dos Aliados. Em Faro, no Largo do Mercado Municipal, às 10h.

Além das manifestações marcadas para todo o país – quase todas terminam com intervenções sindicais e momentos culturais – há outros eventos que marcam o Dia do Trabalhador.

Caminhada 1.º de Maio (Montinho da Ribeira, Grândola) – 9h

Em Grândola, o Dia do Trabalhador começa cedo, com uma caminhada de 5 km que parte do Eco-Parque Montinho da Ribeira. Depois de percorrer todo o caminho, vai haver um grande piquenique (cada pessoa deve levar o seu almoço) e a animação musical estará a cargo de Gonçalo Oliveira, cantor alentejano de Alcácer do Sal.

Laura – O Musical (Teatro Politeama) – 21h

“Sem o 25 de Abril esta peça não estaria em cena”, lê-se no cartaz que anuncia o musical em cena no Teatro Politeama desde Novembro. O mais recente musical de Filipe La Féria percorre a história de Portugal – desde o final da Primeira República até ao início do séc. XXI – através da vida de Laura Alves, actriz e a “maior comediante portuguesa de todos os tempos”.

Sissi Martins é Laura Alves e Rui Andrade é Vasco Morgado. Esta produção conta com 16 bailarinos, coreografados por Marco Mercier, e uma orquestra ao vivo dirigida por Miguel Teixeira.

O preço dos bilhetes varia entre os 10€ e os 35€, mas entre 1 a 5 de Maio é aplicado um desconto de 15% no âmbito da Semana do Trabalhador.

Concerto de Cuca Roseta (Parque de Santa Catarina, Funchal) – 21h

A fadista Cuca Roseta irá actuar, acompanhada pela Banda Militar da Madeira, dirigida pelo maestro Luís Afonso. O Parque de Santa Catarina, no Funchal, irá receber o concerto pelas 21h e a entrada é grátis. Antes, subirão ao palco os Pilares de Bânger, banda rock madeirense fundada há mais de 30 anos.

Durante o dia vai haver espaço para várias actividades dedicadas aos trabalhadores: o Grande Prémio 1º de Maio, da Associação de Atletismo da Região Autónoma da Madeira (RAM), na Ribeira Brava, o Torneio de Futebol Professor Eleutério d’Aguiar e a Prova do Campeonato Regional da Madeira de Motocross 2024, na Pista das Carreiras, Camacha.

A Noite (Teatro das Figuras, Faro) – 21h30

Em Faro, vai subir a palco a primeira peça de teatro escrita por José Saramago, produzida pela Yellow Star Company. A Noite é indissociável da efervescência revolucionária de 1974 – retrata a noite anterior ao 25 de Abril, na redacção de um jornal. De um lado, um redactor (Manuel Torres) que defende a verdade jornalística, do outro, um chefe de redacção (Abílio Valadares) e um director (Máximo Redondo), submissos à ditadura e censura do Estado Novo. Alinham-se com Manuel Torres Cláudia e Jerónimo, a estagiária e o chefe do turno da noite. “Está instalada uma microrrevolução na redacção”.

Já não há muita disponibilidade, mas ainda é possível comprar bilhetes por 25€.

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