Nuno Borges acordou de um pesadelo a tempo no Estoril Open

Número um português virou o encontro diante de Lucas Pouille, depois de uma entrada em falso. Kecmanovic foi eliminado.

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Nuno Borges em acção diante de Lucas Pouille EPA/TIAGO PETINGA
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Quando o oitavo jogo do encontro entre Lucas Pouille e Nuno Borges chegou ao fim, a balança pendia na totalidade para o tenista francês. Um 8-0 para começar o Estoril Open 2024 não é propriamente um cartão de boas-vindas, mas o número um português foi a tempo de emendar a mão. Acordou subitamente do pesadelo, empatou o embate num tie-break e impôs por 2-1, para gáudio do muito público presente no Estádio Millenium, do Clube de Ténis do Estoril.

Foi um encontro com altos e baixos, com duas interrupções provocadas pela chuva, com um match-point para Pouille (outrora um top10, hoje no 241.º posto do ranking) e com uma tenacidade tremenda do tenista da Maia. O francês, saído directamente do qualifying, entrou mais forte, mais sólido do fundo do court e praticamente sem cometer erros. Bastou-lhe, no primeiro set, esperar pela precipitação do adversário para fechar com um 6-0 que não deixava de surpreender.

O resultado não espelhava o real valor dos dois tenistas (Borges ocupa o 62.º lugar na hierarquia ATP), mas o português ia ter de elevar o nível para poder nivelar o encontro. E foi o que fez. Com pontos mais longos e um primeiro serviço mais seguro, foi desgastando Lucas Pouille e equilibrando o parcial, corrigindo o 2-0 inicial com uma reviravolta para 2-4. Esse ascendente deu-lhe confiança e viria a fechar o set no tie-break (8-6), com boas acções na rede e anulando um match-point pelo caminho.

O equilíbrio manteve-se no arranque do terceiro parcial, com os dois tenistas a ganharem os três primeiros jogos de serviço, até que Nuno Borges quebrou Pouille e já não deixou fugir a vantagem, impondo-se no encontro por 0-6, 7-6 (8-6) e 6-3, em 2h21m.

“Foi um jogo muito difícil, especialmente mentalmente. Não entrei da melhor forma, estava nervoso, foi o primeiro jogo em terra batida, não me senti no meu melhor”, começou por explicar o número um nacional, ainda no court. “Ele começou muito bem, mas quando consegui o meu primeiro jogo, senti um certo alívio e, a partir daí, pude jogar o meu melhor e fico feliz por ter vencido”.

Na segunda ronda, Nuno Borges vai defrontar o italiano Lorenzo Musetti, terceiro cabeça de série do único torneio português do circuito ATP e 24.º do ranking mundial, que ficou isento na ronda inaugural.

Quem também ficou de fora, mas por diferentes razões, foi Alejandro Davidovich Fokina, quarto cabeça de série. O espanhol desistiu do torneio, tendo a organização chamado para o seu lugar o francês Richard Gasquet, repescado da qualificação.

Fokina, 28.º do ranking mundial, foi semifinalista do Estoril Open em 2019 e 2021, acabando por falhar a quinta presença no Clube de Ténis do Estoril. “Richard Gasquet vai jogar o quadro principal como lucky loser. Entra directamente para a segunda ronda após a desistência de Davidovich Fokina”, adiantou a organização, justificando o abandono com uma infecção dentária.

Na segunda ronda, Gasquet, vencedor do torneio em 2015, vai defrontar o austríaco Dominic Thiem (91.º), que nesta segunda-feira afastou o alemão Maximilian Marterer (97.º), por 6-1, 6-7 (3-7), 6-4. Juntamente com Marterer, ficou também de fora Miomir Kecmanovic (50.º), finalista na edição de 2023 e sexto cabeça de série, depois de ter sido ultrapassado pelo espanhol Roberto Bautista Agut (93.º), por 6-1 e 7-5, em 1h24m.

Na terça-feira, no segundo dia do quadro principal, teremos vários portugueses em acção, a começar por Jaime Faria, que defronta David Jorda Sanchis, às 12h. Pelas 14h30, João Sousa mede forças com Arthur Fils, antes de Henrique Rocha enfrentar também um adversário francês, no caso Gael Monfils. Em pares, Nuno Borges e Francisco Cabral terão Sadio Doumbia e Fabien Reboul, igualmente franceses, pela frente (16h30).

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