Rússia acusa Ucrânia de ataque que matou 14 pessoas em Belgorod

Autoridades russas pediram uma reunião de urgência ao Conselho de Segurança da ONU.

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Imagens do alegado ataque ucraniano a Belgorod Reuters/RUSSIAN EMERGENCIES MINISTRY

Pelo menos 14 pessoas, incluindo uma criança, morreram e mais de 100 terão ficado feridas em Belgorod, este sábado, informaram as autoridades russas, que acusam a Ucrânia de ser responsável pelo ataque. A Rússia pediu mesmo uma reunião de urgência ao Conselho de Segurança da ONU na sequência do ocorrido.

O governador da região, Vyacheslav Gladkov, disse, citado pela agência Reuters, que uma área residencial tinha sido atingida e, numa publicação no Telegram, instou todos os residentes a deslocarem-se para abrigos antiaéreos, à medida que as sirenes soavam pela cidade. A agência Reuters aponta para dez mortos, mas a Tass, a agência de notícias russa, que cita fontes oficiais do Ministério das Emergências, contabiliza 14 mortos e pelo menos 108 feridos.

“O Presidente Vladimir Putin foi informado sobre o ataque ucraniano a bairros residenciais em Belgorod”, disse o porta-voz do Presidente russo, Dmitry Peskov​, acrescentando que o Presidente ordenou o envio de uma equipa do Ministério da Saúde russo, liderada pelo ministro Mikhail Murashko, e de equipas de salvamento do Ministério das Emergências para a cidade, para ajudar as pessoas afectadas.

Dois residentes disseram à Reuters que tinham visto mísseis de defesa aérea a subir para o céu, seguidos de explosões no ar e depois de estrondos mais fortes. Ainda de acordo com a Reuters, os mísseis podem ter sido lançados da região de Kharkiv (Carcóvia) e atingiram um rinque de patinagem no centro da Praça da Catedral de Belgorod, um centro comercial, edifícios residenciais e um automóvel.

Segundo o jornal The Guardian, imagens publicadas nas redes sociais russas mostram carros incendiados e nuvens de fumo negro a subir entre vários edifícios danificados, ao mesmo tempo que por toda a região soavam sirenes alertando para ataques aéreos. Também durante este sábado oficiais russos relataram ter abatido 32 drones ucranianos em Moscovo, Briansk, Oriol e Kursk.

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Ucrânia não confirma ataque

Até ao momento, não houve qualquer confirmação oficial por parte de Kiev de que o ataque tenha sido levado a cabo pelas Forças Armadas da Ucrânia. Mas ele surge precisamente no dia seguinte a um dos piores bombardeamentos das forças russas a Kiev desde o início do conflito.

Pelo menos 31 pessoas terão morrido e mais de 160 ficaram feridas, segundo as autoridades ucranianas, depois de a Rússia ter lançado 122 mísseis e dezenas de drones por toda a Ucrânia, atingindo cidades como Kiev, Kharkiv, Odessa, Zaporijjia e até Lviv, no extremo ocidental do país. Em Dniepropetrovsk, um centro comercial e um prédio de habitação foram atingidos por vários projécteis, matando pelo menos cinco pessoas.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, prometeu responder “aos ataques terroristas”. “Iremos continuar a combater pela segurança de todo o país, de todas as cidades e de todos os cidadãos. O terror russo deve e será travado”, escreveu nas redes sociais na sexta-feira.

Já neste sábado, foi a vez de o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, prometer retaliar. Este crime não ficará impune”, disse o ministro, citado pela agência Tass, acrescentando que o mesmo ataque serve para desviar a atenção dos falhanços ucranianos na frente de batalha, visando também provocar uma reacção semelhante por parte das forças russas. “Solicitámos uma reunião do Conselho de Segurança sobre Belgorod, escreveu, por seu lado, o embaixador adjunto da Rússia nas Nações Unidas, Dmitri Polianski, na rede social Telegram.​

O jornal El País escreve, citando fontes diplomáticas ocidentais, que a Rússia terá reservado um grande stock de mísseis de cruzeiro para serem lançados durante o Inverno. O objectivo será, juntamente com drones, localizar as defesas antiaéreas ucranianas e aproveitar as suas lacunas. Já durante o Inverno do ano passado, grande parte da estratégia russa passou por atacar as infra-estruturas energéticas ucranianas.

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