Edalina Rodrigues Sanches. Porque tarda a democracia em África?

O podcast 45 Graus é um dos parceiros da Rede PÚBLICO. Neste episódio, José Maria Pimentel conversa com a politóloga Edalina Rodrigues Sanches.

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Protestos contra o presidente egípcio Hosni Mubarak na praça Tahrir, no Cairo, em 2011, no espoletar da Primavera Árabe Reuters/DYLAN MARTINEZ

Esta semana, no podcast 45 Graus, a convidada é Edalina Rodrigues Sanches, doutorada em Ciência Política pela Universidade de Lisboa e investigadora auxiliar no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.

Os seus interesses de investigação incluem democratização, representação, ligações entre partidos e cidadãos, comportamento político e ainda dedicação ao círculo eleitoral, com enfoque em África.

A sua tese de doutoramento foi distinguida com o prémio da Associação Portuguesa de Ciência Política em 2016, e deu origem ao livro Party Systems in Young Democracies: Varieties of institutionalization in Sub-Saharan Africa, publicado pela Routledge.

África é um continente gigante, com 54 países, étnica e culturalmente diverso e com um enorme potencial ainda por desenvolver. Mas é também vítima de uma história complexa, com séculos de exploração e colonialismo europeu.

O pós-II Guerra Mundial trouxe uma nova esperança ao continente, com 30 países a tornarem-se independentes entre 1945 e 1960. As promessas de democracia e liberdade saíram, porém, esfumadas, com muitos países a acabarem dominados por regimes autoritários. No final dos anos 1980, começou uma nova era de optimismo, com a chamada “3.ª onda de democratização mundial” (cujo início se convencionou ser o nosso 25 de Abril) a ganhar em África um ímpeto especialmente grande, combinando uma conjuntura internacional favorável (com a queda da URSS) com importantes protestos políticos a nível doméstico. Neste período, diversos países conseguiram iniciar processos de liberalização política para sistemas mais democráticos.

No entanto, desde então, a verdade é que tem havido poucos ou nenhuns progressos ao nível da democracia em África, sobretudo se excluirmos a Primavera Árabe, no caso dos países acima do Sara, cujo sucesso, de resto, acabou por ser reduzido. Hoje, menos de dez entre os 54 países que compõem o continente são considerados democracias “liberais”. Se excluirmos países-ilhas, falamos essencialmente do Gana e dos três países mais a sul: África do Sul, Botswana e Namíbia.

Ao olhar para o estado da democracia em África há, por isso, várias perguntas a que é preciso responder: O que correu mal no processo de independência, em particular naqueles países que tinham, na altura, líderes independentistas tão promissores? No sentido inverso, o que permitiu os avanços da democracia nos anos 1990? E o que explica os parcos progressos desde então? Que factores comuns podemos identificar num continente tão grande e tão diverso? O que podemos esperar no futuro da democracia no continente nas próximas décadas?

Edalina Rodrigues Sanches traz várias respostas sobre esta realidade tão complexa.


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