Pelo mundo fora, à descoberta da sua missão

Filipa Coutinho tem 29 anos, encontra-se no Iémen em missão de emergência humanitária e garante que encontrou aquilo que sempre quis fazer. As experiências de uma viajante habituada a viajar pelo mundo sozinha, da Europa ao Médio Oriente, de Marrocos e Quénia à Índia ou Indonésia.

Para este episódio do podcast Ready. Gap. Go!, trago mais uma convidada que está sempre pronta para enfrentar qualquer desafio. Filipa Coutinho tem 29 anos, encontra-se neste momento no Iémen em missão de emergência humanitária na área de Camp Management e garante que encontrou aquilo que sempre quis fazer! Mas começando pelo início, Filipa já leva dez anos desta vida de “gapper” e pode-se dizer que tudo começou, curiosamente, através de um livro de inglês no secundário, que mencionava o conceito de Gap Year. Desde então a ideia ficou-lhe na cabeça e assim que surgiu a altura de se inscrever na faculdade, a Filipa tinha outras ideias em mente.

Ainda que contra algumas opiniões de quem a rodeava, Filipa acabou por decidir fazer o seu primeiro gap year aos 18 anos. Sim, o primeiro. Desde então nada nem ninguém a parou até que pudesse pintar o globo inteiro e, foi assim que acabou por percorrer o mundo durante os seus três gap years. No seu primeiro Gap Year começou por viagens mais curtas até Itália, Barcelona, Andorra ou até mesmo Marrocos, para onde fez as suas primeiras viagens sozinha e, de seguida, dirigiu-se para um voluntariado no Quénia.

Apesar de hoje em dia admitir que não faria metade das “maluquices” que fez naquela altura, Filipa sempre se sentiu muito entusiasmada para viajar, considerando que o medo não fazia parte dos seus pensamentos.

Após o seu primeiro gap year, Filipa acabou por tirar a licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais e, a meio da licenciatura, enquanto estudava o conflito israelo-palestiniano, lembra-se de decidir que queria ir à Palestina. Nesse momento soube que não queria esperar e começou a planear o seu segundo Gap Year por esta zona. No tempo que lhe restava, acabou por fazer os Estados Unidos e América Central, que considera serem dos melhores sítios para viajar.

Para Filipa, mais do que um voluntariado ou um workaway, um gap year serve para fazermos aquilo que faz sentido para nós e desenvolver skills que sejam do nosso interesse. Saltando de país em país, aproveitou para experienciar uma panóplia de coisas, desde tirar a carta em seis semanas, surfar durante um mês na Indonésia, um curso de mergulho em Zanzibar ou um retiro de silêncio na Índia.

Com estas experiências tão diversificadas e no meio de culturas e civilizações tão diferentes, Filipa percebeu que as viagens fazem parte dela, são uma reflexão de como é, como lida com as pessoas, como as vê, aquilo que cresceu e na pessoa que se tornou. Entre aventuras e desventuras conheceu pessoas que a marcaram profundamente, que lhe fizeram ver o mundo de outra forma e hoje sabe que se tornou numa pessoa aberta a diferentes perspectivas, que gosta de aprender e apenas quer absorver aquilo que o mundo tem para lhe oferecer.

Filipa sempre soube mais ou menos qual o passo a seguir, e com uma garra inigualável para seguir aquilo que sente, descobriu no mundo humanitário o seu destino. Não só apresenta uma enorme paixão pelo que faz, como sabe que contribui positivamente para a sociedade. Não descurando as suas rotinas de self-care, garante que num ambiente tão hostil como aquele em que vive actualmente, toma a decisão de fazer o que faz todas as manhãs.

Começou o seu percurso nas ONG e em social impact, tirou o mestrado em Humanitarian Engineering with Management no UK. De seguida, começou a trabalhar com a Organização Internacional para as Migrações (ONU), em Camp Coordination and Camp Management em Moçambique, e hoje no Iémen.

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