Concelhia do PS vai retomar processo autárquico em Matosinhos

Eduardo Páscoa afirma que Manuel Pizarro “não tem condições” para continuar a impor candidatos a partir do Porto.

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Ernesto Páscoa era o candidato da concelhia do PS à Câmara de Matosinhos Paulo Pimenta

O líder da concelhia do PS de Matosinhos, Ernesto Páscoa, considera que Manuel Pizarro, enquanto presidente da distrital do partido, “não tem condições políticas, partidárias e éticas para continuar com a prática de impor a Matosinhos candidatos e opções contra as estruturas partidárias”. Num longo comunicado divulgado este sábado, Ernesto Páscoa anuncia que a estrutura a que preside “vai retomar a coordenação do processo de candidaturas no concelho, decidindo nos órgãos próprios, no total respeito pelos militantes”.

“Que fique claro: não aceitaremos que as decisões que cabem a Matosinhos sejam tomadas no Porto com desrespeito e desconsideração por esta terra que nos orgulhamos”, avisa o socialista.

A concelhia não se pronuncia sobre a ruptura consumada entre o PS e o independente presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, mas adverte que as “consequências [do que aconteceu] são inevitáveis”. “Não é mais possível aceitar manter o PS de Matosinhos refém dos que nos derrotaram em 2013, abandonaram o PS apenas para manterem os lugares e, agora, pela mão de Manuel Pizarro e Luísa Salgueiro, com o silêncio cúmplice da direcção e de António Costa, querem substituir os órgãos do partido e os seus militantes”, lê-se no comunicado.

Luísa Salgueiro é a candidata à Câmara de Matosinhos, mas a concelhia não aceita que o processo tenha sido conduzido pela distrital e não pelas estruturas locais do partido, que aprovaram o nome de Ernesto Páscoa candidato, cumprido o que determinam os estatutos do partido.

“A concelhia tudo fará para respeitar as opiniões, sugestões e propostas das secções não permitindo que outros, em particular que nos abandonaram em momentos difíceis para nos derrotar, interfiram no processo e muito menos tentem substituir o PS”, diz o texto, sustentando que “todo o processo de preparação das candidaturas do PS no concelho foi desenvolvido fora de Matosinhos, contra os órgãos próprios do partido”.

A terminar, o dirigente socialista refere que “a própria candidata, imposta por Manuel Pizarro e escolhida pelo e no Porto, desenvolve um processo à margem, e algumas vezes contra o PS e os seus militantes, correndo por sua conta e risco” .

Repudiando práticas que não servem o PS, Páscoa afirma ainda que da sua parte assumirá o desafio [de retomar o processo de candidaturas] “para libertar o PS de Matosinhos dos condicionamentos e amarras resultantes duma estratégia comprovadamente falhada, devolvendo ao partido a estratégia e as decisões aos seus dirigentes e militantes de Matosinhos”.

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