Apple bate recorde de vendas e anuncia relógio para Abril

Lucro de 15.800 milhões de euros foi impulsionado por venda recorde de iPhones.

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As vendas de iPhones explicam os lucros históricos David Gray/Reuters
Com o mercado de tecnologia de consumo mais maduro na Europa e na América do Norte, a Apple deve boa parte dos resultados a um crescimento de 70% no mercado chinês (que inclui Hong Kong e Taiwan), que passou a representar 22% das receitas, ficando assim muito próximo da Europa. O continente americano, que a empresa apresenta em conjunto, continua a ser a principal região, ao representar 41% das vendas.

O desempenho da empresa liderada por Tim Cook passa em grande parte pelo iPhone, já que a venda de iPads está em queda e os computadores Mac são, como tem acontecido nos últimos anos, uma parte pequena do negócio.

Quando o primeiro iPhone foi apresentado, em 2007, por Steve Jobs, deu origem a uma nova categoria de produto: o smartphone moderno, com um ecrã sensível ao toque. Era difícil antecipar então que este viria a ser, de longe, o principal produto da empresa. No último trimestre, as vendas do iPhone representaram cerca de dois terços do total (nos três meses anteriores, tinham representado mais de metade). Foram vendidos 74,5 milhões de unidades, superando as expectativas dos analistas de mercado.

Na China, a empresa de análises Canalys calcula que a Apple se tenha tornado no final do ano passado a líder de mercado, superando a Samsung e fabricantes locais, como a Xiaomi e a Huawei.

Por seu lado, o iPad teve um peso de 12% nas receitas da empresa, ao passo que os Mac se ficaram pelos 9%. O restante divide-se por vários serviços e produtos, entre os quais a venda de aplicações e software através das lojas online, os leitores de música iPod – que os telemóveis modernos tornaram dispensáveis para a maioria dos consumidores – e ainda o serviço de música Beats, que a empresa comprou no ano passado.

Em breve, a Apple terá um novo produto para juntar a esta lista. Na conferência de apresentação de resultados, que aconteceu na terça-feira à noite, após o fecho dos mercados nos EUA, Tim Cook avançou que o Watch, o relógio inteligente com que a marca se vai juntar aos vários que já estão no mercado, será posto à venda em Abril.  

Estes relógios, que normalmente se emparelham com telemóveis e têm funções que vão do registo de actividade física à leitura de emails, são uma tentativa das marcas de criar um novo tipo de produto para aliciar os consumidores, numa altura em que o ritmo das vendas de telemóveis e, sobretudo, dos tablets abranda.

O mercado dos tablets – que na sua versão moderna e comercialmente bem-sucedida também foi criado pela Apple, em 2010 – está a ter um período de expansão mais curto que o dos smartphones.

A analista IDC estimou um crescimento de vendas em torno dos 7% no ano passado, longe dos dois dígitos de anos anteriores e com tendência para abrandar. Telemóveis com ecrãs cada vez maiores e computadores portáteis cada vez mais pequenos e leves têm dado menos espaço para que os consumidores usem um terceiro ecrã no dia-a-dia. No caso da Apple, o iPad teve mesmo um desempenho negativo: foram vendidos no trimestre passado 12,3 milhões destes aparelhos, uma quebra de 13%.

Os analistas antecipam que os relógios inteligentes não terão procura para compensar as quebras noutros tipos de aparelhos. Contas da Gartner apontam para que sejam vendidos este ano 68 milhões de relógios, pulseiras e restantes dispositivos inteligentes que podem ser usados como acessórios, um número que fica ligeiramente abaixo dos 70 milhões de 2014. O recuo é justificado com a sobreposição de funcionalidades entre os relógios e os outros aparelhos.

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