"EDP vive à custa de monopólio de muitos anos"

Um dos ministros de Pedro Santana Lopes, António Mexia, presidente da EDP, foi constituído arguido numa investigação assente em suspeitas de corrupção relacionadas com rendas concedidas à empresa a partir de 2004.

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Daniel Rocha

Há um mês que os parceiros do Governo parecem querer descolar do executivo (quando encontrarem um pretexto). Vamos ao caso da EDP. António Mexia foi seu ministro, a investigação do Ministério Público começa em 2004, precisamente no seu governo. Seguiu os passos dele? E as negociações no sector?
Se segui os passos das negociações, já fora do Governo? Não. Não vou alijar responsabilidades, porque quem aprova é tão responsável como quem preparou. Mas a maior parte desses dossiês vinham negociados pelo Governo de Durão Barroso. Eram negociações em Bruxelas, vinha desse tempo. Depois não segui o rasto delas. Foram tempos em que Portugal acreditava em tudo o que lhe dizia o Governo do engenheiro Sócrates, havia um mau (que era eu), um muito bom (que era Sócrates) e um outro bom (que era o dr. Sampaio). O país deve estar contente com esse rumo que seguiu.

Acha justa ou injusta a crítica (quase) unânime de que a EDP vive à custa dos negócios feitos com vários governos?
A EDP não vive à custa disso, é uma grande empresa, vive à custa de um monopólio de muitos anos. A única coisa que quero lembrar é que o Estado era, nessa altura, ainda o principal accionista da EDP. E decidia principalmente para si próprio. Depois privatizou a empresa mais tarde. Há até quem diga que o Estado, ao fazer isso, também estava a enriquecer a empresa para mais tarde a privatizar. Isso são cogitações. Quando o Estado é o principal acionista, qualquer medida para a EDP seria boa para o Estado. Outra coisa são decisões quando o Estado não era o principal accionista. No meu tempo era.

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