Apenas Dimitri Payet merecia salvar a estreia da França

Um golo no minuto 88 do médio ofensivo do West Ham salvou “les bleus” no jogo de abertura do Euro 2016, perante uma Roménia competente.

A França derrotou a Roménia
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A França derrotou a Roménia Christian Hartmann/Reuters
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Os jogadores franceses festejam o triunfo sobre a Roménia Christian Hartmann/Reuters
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Quando Dimitri Payet pegou na bola à entrada da área no minuto 88, acontecesse o que acontecesse na meia dezena de minutos que ainda faltavam jogar, o “8” da França já era a figura do jogo de abertura da 15.ª edição do Campeonato da Europa. Mas o que o pequeno jogador do West Ham, que apenas convenceu Didier Deschamps a dar-lhe um lugar no “onze” gaulês nos últimos jogos de preparação para o Euro 2016, fez nesse instante eleva este nativo da Ilha de Reunião ao estatuto de novo herói francês. Quando parecia que os problemas para a França no Euro 2016 seriam transpostos também para o relvado, Payet marcou um golo soberbo, acabou com a resistência da competente Roménia (2-1) e fez o Stade de France respirar de alívio.

Uma “defesa sólida”, “inteligência táctica” e “grande capacidade de trabalho”. Na véspera de a França e a Roménia darem o pontapé de saída para o torneio, foram vários os elogios dirigidos pela imprensa e comentadores franceses aos romenos. Todos se centravam nas qualidades defensivas do rival. Que ia ser “uma equipa chata”, era consensual. Que a França iria contrariar a tradição de as selecções se darem mal no primeiro jogo, era unânime. As previsões gaulesas acabaram por bater certo, mas perante uma corajosa Roménia, que nunca deixou de procurar o ataque, os favoritos tiveram que sofrer muito e necessitaram de um super-Payet para disfarçar o eclipse das “estrelas” Griezmann, Pogba e Evra.

Para os mais distraídos, a Roménia seria apenas um convidado simpático na festa francesa em Saint-Denis. A qualificação no frágil Grupo F de apuramento para o Euro — ficou em segundo lugar atrás da Irlanda do Norte — era um currículo pouco impressionante, mas mesmo quem estivesse desatento ao trabalho de Anghel Iordanescu desde que regressou ao comando da selecção do seu país, devia ter reparado em dois detalhes: os recentes empates com a Espanha e Itália. E quem ainda não conhecia estes renovados romenos, precisou de apenas 12 minutos para arregalar os olhos. Com uma atitude corajosa, a Roménia surgiu disposta a fazer muito mais do que apenas defender e, jogando olhos nos olhos com a França, dominou no início da partida e só não marcou aos 4’ devido a uma defesa milagrosa de Lloris.

Aparentemente surpreendida pela audácia do rival, a França demorou a entrar no jogo, mas, mesmo sem jogar bem, Giroud (10’) e Griezmann (14’) podiam ter colocado “les bleus” a vencer. Com a Roménia a pouco e pouco a perder capacidade de pressionar alto, os franceses conseguiram ter o domínio territorial na segunda metade da primeira parte, mas só colocavam o rival em reais apuros quando Payet pegava na bola.

A segunda parte começou como a primeira (grande oportunidade para a Roménia), mas a noite era de Payet. Aos 57’, o “8” gaulês colocou a bola na cabeça de Giroud e o avançado do Arsenal, no jogo 50 pela França, aproveitou a passividade de Tatarusanu para marcar de cabeça. O quebra-cabeças para Deschamps parecia resolvido, mas sete minutos depois, Evra, em noite para esquecer, cometeu um penálti ridículo sobre Stanciu e Stancu não perdoou: 1-1.

No minuto seguinte, Deschamps tirou Griezmann. Pouco depois, foi a vez de Pogba abandonar o campo sem honra. Com as “estrelas” de fora, a França parecia à deriva e condenada, mas Payet ainda estava em campo e, no tal minuto 88, assinou a derrota da Roménia. Só ele podia salvar a estreia desta França.

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