A tendência já se vinha a desenhar e os últimos números vieram dar a confirmação: os resultados financeiros do Facebook dispararam ao longo do ano passado, com o negócio da empresa a assentar cada vez mais nos milhões de utilizadores que acedem à rede social através de telemóveis e tablets.

As receitas anuais do Facebook cresceram 58% em 2014, para 12.470 milhões de dólares (11 mil milhões de euros) e os lucros dispararam 96%, totalizando 2940 milhões de dólares (2600 milhões de euros), de acordo com os resultados apresentados nesta quarta-feira.

As receitas do Facebook – que são sobretudo feitas através de publicidade direccionada – estão progressivamente mais dependentes dos anúncios mostrados em telemóveis e tablets. A publicidade nestes aparelhos já representavam no último trimestre 69% de todas as receitas publicitárias (eram 53% no final de 2013). Este valor contrasta com o cenário de há dois anos e meio - quando o Facebook entrou em bolsa, as plataformas móveis quase não traziam dinheiro à empresa e eram vistas como um ponto fraco no negócio da rede social. 

O número de utilizadores também cresceu significativamente. Em Dezembro, 890 milhões de utilizadores acederam pelo menos uma vez por dia à rede social, um aumento anual de 18%. O número de utilizadores mensais ascendia a 1390 milhões, uma subida anual de 13%. Ao todo, 1190 milhões acediam em Dezembro a partir de dispositivos móveis, mais 26% do que em 2013.

O tempo passado por cada pessoa no Facebook aumentou 10%, afirmou o presidente executivo, Mark Zuckerberg, numa teleconferência, frisando que esta subida exclui o uso do WhatsApp, uma aplicação de mensagens que o Facebook comprou no ano passado e que terminou o ano com 700 milhões de utilizadores mensais. Zuckerberg assinalou também uma mudança de comportamento dos utilizadores nos últimos anos: antes partilhavam sobretudo texto e algumas fotografias, ao passo que agora partilham algum texto, mas sobretudo fotografias e vídeo.

Já a administradora financeira, Sheryl Sandberg, adiantou que a empresa tem planos para "investir agressivamente" ao longo de 2015.