O trabalho das escolas não pode ser avaliado só pelos resultados dos exames

Quando analisamos os rankings das Escolas, no início de cada um dos anos letivos, referentes aos resultados obtidos pelos alunos nos exames nacionais, temos que pensar que estes valem o que valem, pois todos sabemos que as escolas apresentam características diferentes, umas das outras, quer ao nível dos recursos humanos e materiais, quer ao nível do tecido social envolvente.

O trabalho desenvolvido pelas escolas não pode ser avaliado, apenas pelos resultados dos exames nacionais, uma vez que existem outro tipo de atividades e projetos que se desenvolvem nas escolas, ao longo do ano letivo, que contribuem em muito para o sucesso dos alunos.

Não deixo de considerar que é importante, para as escolas, a publicação dos resultados obtidos pelos alunos nos exames nacionais porque permitem, não só dar conhecimento dos mesmos a toda a comunidade educativa, mas também compará-los com os resultados obtidos, dentro da mesma escola, com os de anos transatos. Podemos considerar que é uma oportunidade para as escolas poderem vir a aferir o trabalho realizado, pelas mesmas, em matéria de avaliação externa, uma vez que os exames nacionais são aplicados em todas as escolas do nosso país.

Os resultados obtidos pelos alunos na avaliação externa contribuem para que as escolas, dentro das suas estruturas pedagógicas, analisem e identifiquem as causas do sucesso/insucesso, a fim de poderem definir estratégias. Neste sentido, as escolas, a partir desta avaliação externa e através da avaliação interna desenvolvem processos de autorregulação, promovendo o trabalho em grupo, de forma a criar planos de melhoria que tenham como objetivo melhorar as aprendizagens e como meta o crescendo sucesso dos alunos.

No que diz respeito às escolas que todos os anos se posicionam nos últimos lugares do ranking, a tutela depois de aferidas as causa do insucesso, deveria disponibilizar-se para fazer um acompanhamento, desenvolvendo um trabalho interativo e de interajuda com as mesmas, criando mecanismos que possam fazer com que elas possam vir a obter melhores resultados escolares, nos anos seguintes.

É importante que haja um certo cuidado na apresentação dos rankings à opinião pública, que exista um certo cuidado nos títulos que aparecem nos jornais: não "as melhores escolas do país", mas sim "as escolas cujos alunos que as frequentam obtiveram os melhores resultados nos exames nacionais".

Termino como comecei, uma escola não pode ser considerada uma boa ou uma má escola, só porque obteve bons ou maus resultados nos exames nacionais.

O autor é presidente do Conselho das Escolas e director da Escola Secundária de José Gomes Ferreira, em Lisboa. Manuel Esperança escreve segundo o Acordo Ortográfico

Leia mais no suplemento de 48 páginas sobre os Rankings com a edição impressa deste sábado.

Especial Rankings em http://www.publico.pt/ranking-das-escolas

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