Miguel Portas quer ver expresso rejeição do resgate nas eleições legislativas

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O dirigente bloquista criticou o plano acordado com a troika esta semana Nelson Garrido (arquivo)

O dirigente do Bloco de Esquerda e deputado europeu Miguel Portas afirmou hoje que nas eleições de 5 de Junho está em causa “uma resposta popular contra o plano de resgate”, defendendo uma alternativa política “de esquerda” com o PCP, e com todos os que se consideram “independentes, descrentes e socialistas”.

“Quer o BE, quer o PCP, procuram algo mais do que uma eleição legislativa, queremos, de algum modo que, a 5 de Junho, o povo deste país possa rejeitar, ver expressa nas urnas a sua capacidade de rejeição de um resgate que é expressamente contra os seus interesses”, afirmou o fundador do BE e eurodeputado.

Miguel Portas falava no encerramento de uma conferência organizada pelo BE em Lisboa sobre “A Europa face ao FMI”, com a participação de vários dirigentes europeus, e que antecede a VII Convenção do partido, que se realiza este fim-de-semana.

Na sua intervenção, Miguel Portas disse que o BE procura “transformar” as eleições de 5 de Junho “num dia em que, de algum modo, para além da escolha entre os vários partidos, esteja em causa uma resposta popular contra o plano de resgate em cima da mesa”.

O dirigente bloquista criticou o plano acordado com a ‘troika’ esta semana, “anti-social e com juro desconhecido”, e também o facto de “impor uma condição política, de dizer que o próximo Governo tem um programa e que vai ter não um, mas dois ou três partidos” – referindo-se a PS, PSD e CDS-PP.

Para Miguel Portas, como alternativa a estes três partidos é precisa resposta política “de esquerda”, que “exige o BE, exige o PCP, mas exige mais do que BE e PCP”, como “muita gente independente, descrentes da política e muitos socialistas”.

No plano europeu, o eurodeputado do BE lamentou a ausência “de uma resposta europeia” face “à política de resgate em resgate”.

O deputado europeu apontou ainda a Islândia e o seu povo como “uma inspiração”, ao ter “votado em referendo que não queriam os acordos à mesa das negociações” e ter sido capaz “de se levantar”.

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