Fundação Renal anuncia quinze novos centros de diálise até 2012

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Os doentes renais encontrarão meios de hemodiálise e de diálise peritoneal Fernando Veludo (arquivo)

Os doentes renais crónicos portugueses vão ter quinze novos centros de tratamento até 2012, onde poderão contar com dois tipos de diálise, apoio psicológico e assistência social, numa rede que será anunciada hoje pela Fundação Renal Portuguesa.

José Manuel Guillaude, administrador da Fundação, afirmou que a rede, resultante de protocolos com o Ministério da Saúde, visa "enfrentar a concentração" de meios de hemodiálise no país, assegurados apenas por "duas multinacionais".

Nos centros da Fundação, os doentes renais encontrarão meios de hemodiálise e de diálise peritoneal, uma variante que dispensa a ligação do doente a uma máquina. Além disso, os centros disponibilizam, em permanência, um serviço de psicologia clínica, assistente social e nutricionista. "É um tratamento integral, em que o doente é um fim e não um meio, é visto como uma pessoa", disse José Manuel Guillaude, afirmando que a concentração tem levado a "dificuldades e dependência no tratamento", além de que os outros serviços que a Fundação pretende disponibilizar não existem a tempo inteiro.

Segundo a previsão da Fundação, o primeiro centro, em Portalegre, deverá estar pronto a funcionar no mês de Outubro. Até ao princípio de 2010 arrancarão outros três e no fim desse ano começarão a ser construídos os outros. A estimativa é que todos os centros estejam a funcionar até 2012. "Vamos localizar os centros em diálogo com o Ministério da Saúde, para minimizar as distâncias", disse José Manuel Guillaude, que referiu também que cada centro terá capacidade para acolher "duzentos doentes em hemodiálise, quinze por cento dos quais em peritoneal".

Portalegre será o "centro-padrão", referiu, acrescentando que foi escolhida aquela cidade alentejana porque há "um problema grave" no centro existente, que além de "não ter condições de funcionamento", não tem capacidade para atender à procura, o que obriga a que doentes renais tenham de fazer "400 quilómetros três vezes por semana". Segundo o administrador da Fundação, neste momento há "dez mil doentes em tratamento de hemodiálise, apenas 500 dos quais em peritoneal".

A criação da rede de centros procura também "aumentar a capacidade e promover a diálise peritoneal", disse. A apresentação da rede decorre hoje à tarde no Centro de Congressos da Câmara Municipal de Portalegre.

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