O ressentimento dá prémios

Quem julga o leitor que são os “idiotas” do título? Somos nós, somos eu e você, são as instituições, é a sociedade, são os “privilegiados”.

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Por mais vacinados que estejamos contra os prémios de cinema, é preciso um exercício de leitura e releitura do palmarés dos Césares de 2021 para conseguirmos acreditar: que Adeus, Idiotas limpou sete, incluindo os de melhor filme e de melhor realizador. É daqueles casos em que convém precisar um ponto: uma das razões para a nostalgia do cinema popular não tem a ver com a “intelectualização” do cinema, tem a ver com a degradação do cinema popular, a sua transformação num cinema ordinária e tristemente populista. E Deus sabe como a França pode ser campeã deste género de filmes — raramente cruzam é a fronteira. Até porque o ressentimento que faz carburar o filme de Dupontel é algo de bastante francês, é o reaccionarismo reles e agressivo que também tem tradição na política francesa.

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