No Belize, William e Kate fazem chocolate e dançam para afastar o fantasma dos protestos locais

Ainda não tinha sequer começado e já a visita dos príncipes britânicos causava protestos na antiga colónia britânica, independente desde 1981, mas onde a chefe de Estado continua a ser Isabel II. Os monarcas não se acanharam e responderam com diversão e passos de dança.

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O príncipe William e a mulher Kate dançaram com belizenses e ajudaram a fazer chocolate tradicional durante o segundo dia do périplo do casal pelas Caraíbas, que se pautou pela ausência de distúrbios, após um início conturbado da viagem que tem a duração de uma semana.

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O príncipe William e a mulher Kate dançaram com belizenses e ajudaram a fazer chocolate tradicional durante o segundo dia do périplo do casal pelas Caraíbas, que se pautou pela ausência de distúrbios, após um início conturbado da viagem que tem a duração de uma semana.

O duque e a duquesa de Cambridge têm como missão celebrar os 70 anos de reinado no país da América Central, conhecido como Honduras Britânicas​ até 1973 e independente desde 1981, embora Isabel II tenha continuado a ter o papel de chefe de Estado. Mas os festejos ocorrem numa altura em que nesta região do globo se questiona cada vez mais a ligação à coroa. Há apenas quatro meses, Barbados tornou-se a mais jovem república do globo, cortando os últimos laços com a monarquia britânica, 55 anos após a independência, mas permanecendo parte da Commonwealth.

Foi, aliás, o clima de descontentamento que levou a organização a alterar o itinerário à última hora, cancelando a visita a uma aldeia do Sul do país, depois de algumas dezenas de residentes se terem juntado em protesto na última sexta-feira. Os manifestantes reclamavam pelo facto de o helicóptero do casal ter recebido autorização para aterrar num campo de futebol sem consulta prévia. Além disso, os habitantes da aldeia travam uma luta por uma porção de terras com um grupo de conservação apoiado pela família real. No entanto, nem todos na aldeia viam os príncipes como indesejados e foi organizado um contraprotesto, no domingo, durante o qual um grupo de pessoas pediu desculpa pelo incidente anterior e segurou cartazes com mensagens como “Queremos-vos de volta príncipe e princesa” ou “Bem-vindos duque e duquesa de Cambridge”.

Era, porém, demasiado tarde, já que o casal real depressa se adaptou ao novo itinerário, que o levou a percorrer o tour Che’il Mayan Chocolate, ao longo do qual William e Kate testaram a sua perícia na moagem de sementes de cacau no ka'ah, uma ferramenta tradicional de pedra que se diz da mesma maneira nas línguas queqchi e mopan​.

Depois, o par foi levado à aldeia de Hopkins, uma comunidade tradicional de garífunas, grupo étnico que resultou da miscigenação de indígenas das Caraíbas e aruaques com escravos africanos. Os músicos de Hopkins tocaram um ritmo tradicional de gunjei, encorajando Kate a dançar com outras mulheres, enquanto William se juntou a um membro sénior da comunidade para tocar. Depois de provar a comida local, o casal ajudou a arar a terra e plantou uma árvore.

Esta segunda-feira, a visita continua pela Reserva Florestal de Chiquibul, no centro do Belize, onde visitarão as Forças Armadas britânicas em treino na selva. Na terça, está previsto despedirem-se do Belize e prosseguirem viagem para a Jamaica e as Bahamas. Até lá, alguns belizenses esperam que o casal real ganhe uma compreensão mais profunda do país, mas muitos vêem a visita como mais um fait-divers: "Nem sequer vamos ver estas pessoas”, disse Yamira Novelo, a residir na capital do país, “Sinto-me indiferente para além de me perguntar como é que isto irá afectar o trânsito.”