Inéditos de Adília Lopes no Dia Mundial da Poesia

Quando se celebra o Dia Mundial da Poesia, instituído em 1999 durante a 30.ª sessão anual da UNESCO, em Paris, o PÚBLICO convidou Adília Lopes a publicar poemas inéditos.

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Adília Lopes miguel manso

Quando andava na Faculdade de Ciências, estudava astronomia, as leis de Kepler, mas não andava de noite a ver as estrelas e a Lua.
Quando andava na Faculdade de Letras, estudava a cantiga de amigo “Bailemos nós já todas tres, ai amigas,/ so aquestas avelaneiras frolidas”, mas não dansava.
A minha vida estava errada. Mas estudar foi bom.

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Quando andava na Faculdade de Ciências, estudava astronomia, as leis de Kepler, mas não andava de noite a ver as estrelas e a Lua.
Quando andava na Faculdade de Letras, estudava a cantiga de amigo “Bailemos nós já todas tres, ai amigas,/ so aquestas avelaneiras frolidas”, mas não dansava.
A minha vida estava errada. Mas estudar foi bom.

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Muitos anos dourados

Não quero morrer, quero brincar. Estou contente, deixo-me estar acordada.

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Este mundo está muito mal feito. Tem as melhores coisas. Mas as más são tão más que pesam mais do que as boas. Não devia haver o sofrimento. O pior de tudo é o sofrimento e a morte dos queridos.
Um bule com uma rosa de cerâmica dentro consola um bocadinho, dá alento. Mas para as coisas muito tristes não há consolação, há revolta.