Congresso do PSD-Madeira deixa “porta aberta” a futuras coligações com CDS-PP

“Nós não vamos discutir coligações aqui, neste congresso. O que nós vamos deixar é a porta aberta”, disse Miguel Albuquerque.

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Miguel Albuquerque voltou a vencer as eleições internas a 11 de Fevereiro Paulo Pimenta

O líder do PSD-Madeira, Miguel Albuquerque, reafirmou neste sábado que o partido “deixa a porta aberta” para dialogar com o CDS-PP sobre futuras coligações, vincando ser “imprescindível” assegurar a estabilidade governativa, parlamentar e autárquica na região autónoma.

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O líder do PSD-Madeira, Miguel Albuquerque, reafirmou neste sábado que o partido “deixa a porta aberta” para dialogar com o CDS-PP sobre futuras coligações, vincando ser “imprescindível” assegurar a estabilidade governativa, parlamentar e autárquica na região autónoma.

“Ninguém nos perdoaria se começássemos a gerir, neste momento, situações de instabilidade dentro da coligação”, disse Miguel Albuquerque, que é também presidente do Governo Regional PSD/CDS-PP, realçando que as “pessoas de bem quando assinam acordos é para cumprir.”

O líder social-democrata madeirense falava na abertura do XVIII congresso regional do partido, no Funchal, em que tomou posse como presidente da comissão política pela quinta vez consecutiva, após vencer as eleições internas de 11 de Fevereiro, em que foi o único candidato, com 98,3% dos votos.

A moção de estratégia global que apresentou hoje aos cerca de 800 congressistas, intitulada “Madeira Sempre”, foi aprovada por unanimidade e aclamação, e nela consta a abertura ao diálogo com o CDS-PP tendo em vista encontrar “soluções instrumentais para o futuro governo da Madeira”.

“Nós não vamos discutir coligações aqui, neste congresso”, disse, sublinhando: “O que nós vamos deixar é a porta aberta, dizendo que o nosso parceiro preferencial para a negociação é o CDS.”

O PSD e CDS-PP assinalaram um acordo de coligação parlamentar e governamental em 2019, na sequência das eleições regionais, quando os social-democratas perderam a maioria absoluta com que sempre governaram a região autónoma, e mantiveram-no nas autárquicas de 2021.

“O CDS tem de ter confiança em nós e nós temos de ter confiança no CDS”, disse Miguel Albuquerque, reforçando: “Não vou estar aqui a pôr em causa o governo, não vou estar a pôr em causa a estabilidade governativa e muito menos não vamos para a oposição porque há uns tipos [no PSD] que não gostam do fulano do CDS. Isso não é conversa para aqui.”

No discurso de abertura do XVIII congresso do PSD/Madeira, Albuquerque afirmou que todos os objectivos traçados desde a última reunião magna foram alcançados, nomeadamente as vitórias nas eleições europeias, regionais, nacionais (2019), autárquicas (2021) e nacionais antecipadas (2022).

“Cinco eleições, cinco vitórias”, declarou, acrescentando: “Mas, mais importante ainda, cinco eleições, cinco derrotas consecutivas da esquerda centralista e dos seus serventuários coloniais na Madeira.”

O líder social-democrata madeirense deixou claro que a estrutura regional do partido não vai aceitar nunca o “centralismo de Lisboa”.

“Não tenhamos ilusões, o centralismo está sempre bem presente para nos retirar os nossos direitos, para restringir a nossa autonomia, para que a Madeira continue a ser mandada como no passado através de Lisboa, e nós não podemos nunca aceitar isso”, afirmou.

Miguel Albuquerque evocou, por outro lado, o “passado histórico” do PSD na Madeira, como o partido que libertou a região da pobreza, da miséria, da indigência, da iniquidade e do atraso social e económico. “Nós somos o partido que conquistou a autonomia. Não foram os outros, fomos nós”, acentuou, apelando aos militantes para prestarem atenção à actual situação no centro da Europa, com a invasão russa da Ucrânia.

“Lembrem-se do que custa conquistar a liberdade e como é tão fácil perdê-la”, disse.

O presidente do PSD-Madeira iniciara, de resto, o discurso de abertura do congresso evocando a “situação trágica” na Ucrânia, que, no entanto, considera estar a “dar uma lição ao mundo” com o seu “sacrifício pela liberdade”.

Além da moção de estratégia global de Miguel Albuquerque, vão também ser debatidas três moções sectoriais neste congresso, da autoria da Juventude Social Democrata (JSD), dos Trabalhadores Social-Democratas (TSD) e da deputada no parlamento regional Rubina Leal.

O líder nacional do partido, Rui Rio, vai discursar no encerramento, previsto para as 12h de domingo, sendo também esperada a presença do vice-presidente do PSD-Açores e presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, Pedro Nascimento Cabral.